terça-feira, 27 de janeiro de 2015

2015: Odisseia nas urgências de um hospital do SNS

A pouco sorte perdura destes lados... mas agora em forma de infecção urinária.

Tive os primeiros sintomas no final do dia de domingo, mas vontade de ir com frequência à "casinha" não é coisa que não aconteça a qualquer rapariga de vez em quando, e por isso não liguei. No entanto, no dia seguinte, a sensação de quase esquartejamento e imolação quando ia à casinha "mudar a água às azeitonas" era de tal ordem, que comecei a suspeitar que algo não estaria realmente bem. Ainda assim fui para o escritório, para ver se a coisa aliviava. Obviamente, isso não aconteceu, e visto que comecei fortemente suspeitar que realmente poderia ter uma infecção, depois da minha horinha fui ao hospital aqui de Braga, mais na desportiva que outra coisa, pensando eu que, ao cabo de umas três ou quatro horas, estaria em casa no quentinho.

Mas não. Esperei nove horas para uma consulta de cerca de 10 minutos, na qual o médico confirmou-me aquilo que eu, o Moço, a minha mãe, a administrativa do check in e a enfermeira da triagem suspeitavam com muita força: efectivamente, era uma infecção urinária. De bónus, durante cerca de metade do tempo da consulta fui insultada, uma vez que o médico que me atendeu não gosta de advogados porque são arrogantes (em especial os mais novos) e dos quais passa a vida a rir. Já era quatro e meia da manhã e, como podem imaginar, não estava para aturar aquelas tretas e claro, respondi-lhe à letra. Lá houve qualquer coisa que o médico gostou que eu disse que e, como por milagre, mudou totalmente de conversa, e já era todo amiguinho e sorrisos comigo, e a dar-me conselhos e mais não sei quê. "Ainda és muito nova para te prenderes a uma profissão. Vai masé por esse mundo fora, arranja uma bolsa e vai passear". Se ele quiser, pode tentar dizer isso lá em casa, para ver o resultado... Ainda bem que os filhos dele puderam fazê-lo, uma vez que têm uma pai rico. Eu tenho um pai mecânico e desempregado.

E foi assim que, por volta das cinco da manhã cheguei a casa, comi qualquer coisa, vesti o pijama e fui dormir. Claro que às 8:30 horas já estava de novo fora da cama para ir trabalhar. Já tenho a medicação e vá, afinal é apenas uma infecção urinária. É que o médico tem turnos e folgas, advogado não tem horário.

Houve, efectivamente, uma coisa positiva: consegui pôr a leitura "em dia" ^^

7 comentários:

  1. Poderemos não ter feito mais nada, mas pelo menos a leitura ficou deveras em dia XD

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  2. É curioso que cá em casa eu já apanhei uma e "a Moça" (lol) parece que é imune.
    Epá, hoje estava a ouvir a teoria do ministro da educação, de que o exame aos professores serve para escolher os melhores e fiquei estupidificado por nenhum deputado da oposição ter aventado a hipótese de que o mesmo se devia aplicar aos políticos. Não bastava ganhar as eleições (licenciatura). Antes de formar governo, todos os candidatos ao tacho tinham que prestar provas. Se calhar tínhamos um SNS que não deixava as pessoas a morrer nas urgências, nem a grávidas a parir nas ambulâncias.
    E, sem querer generalizar - até porque, como doente "profissional", tenho encontrado pessoas dignas desse nome entre a classe médica - acho que muitos médicos também não passavam num exame focado nas relações humanas. É que um gajo ir à oficina, é o destino e não há como fugir ao destino. Mas eu prefiro ir a um sítio onde o mecânico saiba contar anedotas para entreter o freguês. :)
    Toma o "Bactrim" e as melhoras.

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  3. r: aww, tiveste mesmo razão :) fiquei tão aliviada quando vi o resultado dos exames, foi um peso que me saiu da consciência.
    Os hospitais aqui em Portugal vão de mal a pior... vá lá foste atendida ao fim de tanto tempo de espera. Espero que melhores!
    beijinhos*

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  4. Tanto tempo nas urgências!!!
    As melhoras.

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  5. Hospitais são horríveis, uma pessoa vai para lá e bem pode morrer à espera. E depois há esse tipo de médicos que muitas vezes só dizem coisas parvas.
    Espero que já estejas melhor :)

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  6. Estou neste momento a "sofrer do mesmo mal", mas não fui ao hospital, é a sorte de ter alguém que me pode receitar umas quantas coisas em casa. As urgências estão uma desgraça, não me arriscava a pôr lá os pés com uma pulseira - apenas - amarelinha, haha! Prefiro pôr a leitura em dia em casa.

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  7. Portugal: O SNS é a sua religião, e Mário Soares o seu Profeta.

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