segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Erudices à hora do chá #1

Hoje vou começar uma nova rubrica aqui no tasco espaço extremamente requintado. São palavras sábias, travadas maioritariamente entre mim e o Moço, à hora do chá. No Covil, a hora do chá é depois do jantar, quando o cérebro trabalha em modo piloto automático. Momento de erudição plena (ou erudices) do melhor que há.


Coisas assim, só saem em momentos de inspiração puros, envoltos em toda uma filosofia assim como que para o "coise". Não é para qualquer um. Como verão, sou quase um Yoda, mas ligeiramente mais alta e menos esverdiada. As minhas orelhas são perfeitamente normais.

O Moço liga, pede à Nightwisha Maria para fazer o jantar. Nightwisha Maria está no computador, a escrever umas coisas engraçadas a.k.a. está "a criar". Nightwisha Maria, assim que pousa o telemóvel, esquece-se completamente dos bifes e da sua tarefa de os cozinhar. Moço chega a casa... e o jantar está por fazer.
Moço: Quem é que ia fazer o jantar?
Nightwisha Maria: Eu. Mas agora estou a criar.
Moço: Então vai-me ali criar uns bifes.

Parece poesia. Pelo menos, não fui eu que tive que cozinhar o jantar, hihi!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Imagine


Não sou indiferente aos últimos acontecimentos mundiais. Qualquer tipo de terrorismo me magoa, porque estou inadvertidamente ligada à minha espécie. Sim, não é só na Europa que há atentados e ataques à dignidade e vida das pessoas, mas não me vou perder com demoradas considerações sobre esse assunto em particular. Cada um sabe de si e da sua consciência, ainda que esta possa vir a afectar a consciência dos outros. Adiante.

De todo o modo, não gosto de falar nestas questões demasiado polémicas, uma vez que, no meio de muita gente de relativo bom senso, que mesmo não partilhando as opiniões alheias, sabe argumentar e respeitar os demais, há sempre um ou outro troll que foge a essa caracterização. Daí, evito alguns assuntos nas redes sociais, discutindo-os no plano analógico, onde corro menos riscos de me chatear, o que, convenhamos, não me ia levar a lado nenhum.

Ainda assim, houve uma coisa que me fez pensar estes dias em relação aos atentados de Paris. Primeiro, a data escolhida, não por ter ocorrido numa sexta-feira 13 (que é uma superstição cristã), mas antes por ter ocorrido no Dia Internacional da Bondade. Segundo, lembrei-me da Sailor Moon. Não, não é uma brincadeira de crianças.

Na última temporada desse anime dos anos '90, e aqui quem não quiser spoilers passe para o paragrafo seguinte, a vilã é uma navegante que, vendo que o mundo estava inundado pelo Caos, fonte de toda a maldade no universo e que parecia impossível de vencer, decidiu tornar-se um recipiente para o alojar. Aí contido, não poderia flagelar mais ninguém. O que a essa navegante, Sailor Galaxia, não contou, foi ser, progressivamente, possuída pelo Caos, levando-a a percorrer o cosmos espalhando o medo e o terror. Até que chegou à Terra e as outras navegantes a enfrentaram. Quase todas pereceram, excepto a Sailor Moon e as Starlights (só aparecem nesta temporada). Na derradeira batalha, a Sailor Moon recusa-se a desistir ou perder e, num momento de quase desespero, percebe que a sua inimiga se debate para fazer o bem. Que há um pouco de esperança dentro dela, afinal. E graças à sua coragem, a Sailor Moon consegue fazer chegar a sua luz, proveniente do amor que sente pelo mundo e pela vida, "quebrando" o recipiente e libertando a Sailor Galaxia. Com isso, contudo, liberta também o Caos.

Apesar de muito agradecia, agora liberta do Caos, Galaxia pergunta à Sailor Moon para onde este terá ido agora, depois da batalha. E é aí que toma lugar esse discurso (deixo o link para o vídeo aqui, em cuja tradução abaixo se baseia):
            Galaxia: E o Caos, desapareceu?
            Sailor Moon: Eu acho que foi para o sítio onde pertence.
            Galaxia: Onde pertence?
            Sailor Moon: Sim, dentro da mente das pessoas.
            Galaxia: Novamente...
           Sailor Moon: Vamos acreditar nas pessoas. Naqueles que amam o mundo. Por favor, não te preocupes! A Luz da Esperança reside na mente de todos!

Ao cabo de tantos anos (só vi o final deste anime há coisa de dois/três anos), levei um murro no estômago. Provavelmente, perdi o melhor daquele desenho animado quando era criança. Aliás, acho que as televisões pararam de o colocar no ar, agora que penso nisso. Não seria a primeira vez que este anime enfrentava a censura, tal como aconteceu noutros países desenvolvidos, já que retrata assuntos polémicos e que podem "fazer mal" às mentes inocentes das criancinhas. Basta pensar as navegantes de Úrano e Neptuno, mas isso fica para outro episódio, prometo. A Sailor Moon, a mais pateta de todas as navegantes, era a melhor de todas elas, a mais forte, porque nunca perdeu a esperança. Porque percebeu que tanto a maldade como a bondade, residem dentro de todos nós. E quanto à primeira, quando a acolhemos no nosso coração, mesmo que pensemos que estamos a fazer uma coisa boa, consome-nos.

John Lennon imaginou um mundo onde não houvesse fronteiras, nada para nos fazer matar ou morrer, sem religiões, onde todos vivessem em paz. Martin Luther King sonhou sobre um mundo em que os filhos dos escravos negros e os filhos dos senhores brancos se sentassem à mesa como irmãos, e onde os seus próprios filhos seriam julgados não pela sua cor, mas pelo seu carácter. Não sou Charlie, não sou parisiense, não sou libanesa, não sou síria, nem nigeriana. Eu... bem, sou Eu. Sou do Mundo. Sou o Mundo. Uma Pandora que, no seu interior, detém todos os sentimentos, os bons... e os menos bons. Talvez devêssemos todos ser Lennon, mas talvez sejamos todos Yoko. Não acredito em boatos, mas diz-se que o que fez os Beatles se separarem foi a mulher do John, por isso, quando há algum elemento estabilizador, costuma-se utilizar o termo Yoko factor para o caracterizar. Penso que o que fez os Beatles se separarem, foram eles mesmo. Acho que somos todos Pandora. E cada um utiliza o seu livre arbítrio para libertar, ou conter, na sua "caixa", os sentimentos que quiser.


Por isso eu escolho rezar pelo mundo. Por todas as almas injustiçadas, sem excepções. E rezo então a quem? A que deus(es)?, perguntam vocês. Independentemente de todos os credos religiosos, o meu incluído, sinto-me tentada a responder: àquele(s) que estiver(em) a ouvir.

#imagine #youmaysayimadreamer #butimnottheonlyone
#ihaveadream 
‪#‎fightagainstshadowmakers‬ with ‪#‎love‬ ‪#‎nohate‬ ‪#‎hugs‬ ‪#‎nofear‬
#bringbackourgirls
#onechild #oneteacher #onebook #onepen can change the word
#francematters #russiamatters #syriamatters #malimatters #themiddleeastmatters #theunitedstatesmatter #theentireworldmatters and #peaceispossible

terça-feira, 24 de novembro de 2015

P(l)anos ^^

Quem já vem acompanhando este meu cantinho sabe da minha veia de nerd invertebrada. E, provavelmente, saberá de um recente hobby descoberto por moi: o cosplay, do qual já tenho falado algumas vezes.

Com a Comic Con quase aí, tenho dedicado algum tempo e afinco, nas últimas semanas, a preparar os fatos que vou levar este ano, coisa que, admito, já deveria estar pronta há bastante tempo. Mas a costureira de serviço (a minha mãe, claro está), tem sempre a agenda muito ocupada com tudo e mais alguma coisa, menos costurar-me "meia dúzia de panos".

Ainda assim, a coisa vai bem encaminhada e já está quase tudo apostos para o evento, com dois fatos "na calha" para usar no sábado e no domingo. Na sexta-feira irei de Nightwisha Maria, uma vez que tenho uma diligência para essa tarde, e só irei mesmo para "validar" a pulseira (porque se for só no sábado, a fila vai ser enooooormeee!) e conhecer os "cantos à casa", como fiz no ano passado.

Mas estes são planos (ou panos =P ) para apenas dois cosplays. Há muitos outros que, por esta ou aquela razão, mas especialmente porque sinto empatia e proximidade em relação às personagens escolhidas, gostaria de dar corpo, voz, gestos. Vida.


1. Leia Organa, Star Wars franshiese


Adoro-a. É um osso duro de roer, decidida, e justa, ainda que um pouco orgulhosa e meia bossy. Mas ainda assim, gosto dela. A personagem usa diversos fatos durante os episódios IV, V e VI, mas este é o meu favorito e, de certa forma, o mais característico. Há outra personagem que gostaria de fazer destes franchising, a Padmé Amidala, porque partilha muitas características com a Leia (quem conhece a história deverá estar a sorrir neste momento).


2. Storm / Ororo Monroe, X-Men


A Storm era a minha X-Men favorita. Não só porque conseguia controlar o tempo e fazer, sei lá... nevar!, mas também porque podia voar. E o cabelo dela era qualquer coisa de fenomenal. Sempre tive uma panca por cabelos brancos/platinados. Esta personagem também tem diversos fatos, mas estes são os meus dois favoritos (os outros têm demasiada pele à mostra e isso é coisa que não me faz sentir lá muito bem... nada contra o meu corpo, mas simplesmente sinto-me "exposta"). Se, por um lado, o branco é o fato da Storm da minha infância, o preto é mais "a minha cara" e também acaba por fazer um melhor contraste com o cabelo.


3. Arwen Undómiel, The Lord of the Rings


Novamente, muitos fatos. Mas este é, decididamente, o mais bonito, mais nenhum é uma possibilidade. O meu conhecimento da personagem baseia-se essencialmente daquilo que vi nos filmes. Os livros estão ali, na estante, à espera do momento de paz interior ideal para serem lidos.
Podemos ter um destino alegadamente traçado, mas isso não significa que não possamos escolher como queremos como lá chegar.


4. Allucard, Hellsing


Vampiro mauzão com armas. Gosto. É um personagem masculino e acho interessante ver cosplays em que o cosplayer é do sexo oposto do personagem escolhido. Nesses casos, ou o cosplayer decide fazer um fato fiel, sem ligar à questão do género, ou então faz uma versão um pouco diferente, onde tem alguma margem para criar. Estou a trabalhar num cosplay assim, de um personagem masculino, em que estou a adaptar algumas partes do fato para ficarem mais femininas, mas mantendo o "traço original".


5. Liz Sherman, Hellboy


De miúda perdida a mulher segura do seu poder, é esse o percurso de Liz nos dois filmes da saga Hellboy. Tenho predisposição para personagens sombrias e meias out of this world. É, acho que sim =P Estas imagens são do segundo filme, The Golden Army e, dos dois actuais registo da personagem, o que mais gosto.


6. Elsa, Frozen


Sou uma criança dos anos '90, não tenho como não gostar da Disney ^^ Esta nova maneira que os estúdios encontraram de retratar os seus personagens (não apenas as raparigas, mas também os rapazes) é algo que tenho gostado. Torna todos mais iguais, e mais diferentes ao mesmo tempo. Os príncipes agora são rapazes comuns, com um passado menos fácil, e as raparigas são aventureiras, cheias de recursos e que querem mais do que ser simplesmente perfeitas. A Elsa é confusa, mas percebe que há momentos em que se tem que bater a porta. E sermos nós próprios e não apenas aquilo que os outros querem que sejamos. Por isso, também gostava de fazer cosplay de Merida e de uma outra princesa mais clássica, mas que não vou dizer... por ora =P


7. Lyanna Stark, A Song of Ice and Fire

 

A Lyanna é, desde que comecei a ler os livros no final do ano de 2007, uma das minhas personagens favoritas da saga. Ouso dizer que é, até, a minha favorita de todas. Sim, já sei, ela já estava morta quando a história começou, mas há tanta coisa que gira em volta dela e, de acordo com as palavras do Ned e de alguns outros personagens, era fantástica.
Como não aparece na série, as únicas fontes que existem são a parca descrição física dela no livro, embora seja dito que é parecida com a Arya (e mais não digo... =P ) e a fan art que se encontra na net. Por isso, não há grandes linhas orientadoras para seguir, sobrando bastante para a imaginação. Também gostava de fazer cosplay de Cersei ou Daenerys, mas a minha primeira escolha seria sempre a Lyanna Stark.


8. Tomoe Hotaru / Sailor Saturn, Sailor Moon


É uma das minhas navegantes favoritas. Ela e a Marte. Também gosto da Bunny, mais porque ela é desastrada, preguiçosa e gosta de comer como eu, mas não me vejo a fazer um cosplay de Sailor Moon. Vejo-me mais como Saturno que, como a Liz Sherman, começa confusa e aparentemente fraca, mas depois liberta todo o seu potencial e força de carácter.


9. La Muerte, The Book of Life


E para finalizar, a Rainha da Tierra de los Recordados. Como sabem, gostei muito do filme. La Muerte não é a típica figura austera e malévola que, muitas vezes, é dada aos regentes do mundo dos mortos (ou equivalente). É justa, alegre e graciosa, como a tradição mexicana exige. De todos o cosplays desta lista, este é aquele que considero o mais trabalhoso. Nas imagens não conseguem ver, mas o fato tem imensos pormenores, e a própria maquilhagem é uma verdadeira obra de arte. Daqui a uns anos, quando souber fazer o risco dos olhos sem tremer e acertar nas sobrancelhas =P


Estes são alguns cosplays que tenho em mente, para um futuro mais próximo... ou não =P O truque é ir experimentando, começando por fatos mais simples e ir escalonando para outros níveis =P O próximo passo é, sem dúvida, comprar uma máquina de costura, fazer muitas aselhices e melhorar cada vez mais, para costurar eu mesma os meus cosplays ^^

Gosto de escolher personagens com as quais me identifico e gosto. E por falar nisso, acho que tenho uma predisposição natural para as miúdas confusas e perdidas, que eventualmente se transformam nas suas próprias heroínas. Em personagens mais dark, mas que têm a sua própria elegância. E... não estão aqui incluídos os cosplays programados para a Comic Con. Não, não!! Isso vai ser surpresa ^^

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Muffins com pêssego e chocolate ^^

Ontem de tarde, estava eu sozinha em casa, quando recebi uma mensagem do Moço a perguntar se ia haver bolo para depois do jantar. Mandei-lhe uma mensagem de resposta toda piadética, enquanto pensava: Poças! Voltei-me a esquecer! E agora?!

Pois bem, não tinha pensado em nada, mas queria mesmo fazer qualquer coisa, porque ele já andava a pedir há muito tempo e, afinal, até merece. Mas não sabia o quê. Odeio cozinhar, mas adoro a pastelaria/doçaria e gosto de inovar. Como ando assim para o farrusca, queria uma coisa simples, mas ainda assim diferente, pensava eu enquanto subia uma cadeira para conseguir chegar à caixa das formas (que são muitas). E mesmo por cima, ali estava uma forma de muffins, prenda do Moço, que eu nunca tinha usado, a olhar para mim mal abri a caixa. Instantaneamente, lembrei-me que tinha um último meio pêssego em calda no frigorífico.

Para cerca de meia-dúzia de muffins e apenas meio pêssego, não iria precisar de muita massa, por isso, decidi deixar a batedeira na respectiva caixa (que também foi o Moço que me deu ^^ ) e bater o bolo à mão. Os espertos como alhos ou outros produtos hortícolas que se passeiam por este blog podem fazer o favor de guardar as piadas no bolso detrás das calças. Para bater, utilizei um batedor de varetas mini (que veio com uma caneca, para mexer bebidas). Se não têm uma dessas, usem um garfo e não uma colher. É mais fácil e passa mais ar pela massa do bolo, o que o torna mais fofinho. (As coisas que se aprende a ver animes sobre pastelaria... =P ).


Assim, peguei no meio pêssego em calda e cortei em pedacinhos. Numa tigela, deitei um ovo e duas colheres de sopa de açúcar, e bati com a minha "mini varetas". Depois fui juntando duas colheres de sopa de farinha com um pouquinho de fermento em pó, e continuei a bater, juntando leite em pequenas quantidades, conforme precisasse. Quando vi que a massa estava pronta (tinha aspecto uniforme e fazia bolhinhas, o que significa que a massa está bem batida e com ar), deitei na forma e depois coloquei os pedacinhos de pêssego. Afinal, só deu para cinco bolinhos =P Finalmente, levei ao forno, a cerca de 160.º C. Essencialmente, isto foi tudo feito "a olho".


Mas... os "muffinos" não tinham chocolate. Uma coisa grave e imperdoável. Por isso, decidi aquecer uns quadradinhos de uma tablet e colocar por cima dos bolinhos, mesmo antes do Moço chegar (ele avisou antes). E pronto, este foi o resultado.


Estava delicioso ^^ Segundo o Moço, estão aprovados para o jantar de passagem de ano, estes e mais uns quantos diferentes que posso ir experimentando até lá, porque a base é sempre a mesma. Gostou tanto, que até já lhes arranjou nome: pikicakes. Agora é ouvi-lo todos os dias que quer mais =P

sábado, 21 de novembro de 2015

Cenas

Tenho andado um pouco farrusca. É do tempo. Não tem estado lá grande coisa. Nem o tempo, nem eu. Sabem aquelas fases em que temos mil e uma coisas para fazer, mas só conseguimos arrastar os pés o tempo suficiente para nos esbardalharmos no sofá o dia todo a contar poeira que esvoaça pelo ar? Acho que sou daquelas pessoas que vai mudando de humor consoante o tempo que faz lá fora. Também tenho uns fusíveis fora do sítio, mas vamos fazer de conta que ninguém sabe disso...

Como sou uma pessoa extremamente interessante, quase uma socialite da nobre mas irremunerada vida de blogger (irremunerada não para todos, só para os mais incautos, mas poderão haver outras opiniões) vou relatar-vos o que tenho feito nos últimos dias, para não perderem pitada:
  1. Dormir (não tanto como o desejado).
  2. Tentar dormir (ver ponto anterior).
  3. Tentar desesperadamente terminar os cosplays para a Comic Con.
  4. Terminar toda a papelada para entregar na Ordem por causa do fim do estágio.
  5. Ir ao cinema e vir-me embora sem ver filme nenhum. Nem comer pipocas. Ver vários filmes da Marvel para compensar.
  6. Ler, ocasionalmente.
  7. Sentir-me cheia de sono. Mas depois não conseguir concretizar o primeiro ponto.
  8. Ter muitas coisas para fazer, mas depois esquecer-me. Ou simplesmente ter demasiada preguiça.

Sim, a minha vida é muito hilariante. Não tarda, as Cristinas deste mundo encontrar-se-ão plantadas à porta do meu humilde Covil para me fazer a sua nova capa de revista, recheada de artigos interessantes e um entrevista bombástica. A matéria jornalística extremamente profissional teria um título como "A Verdadeira Bunny Tsukino: ensonada, preguiçosa e desastrada, mas que diz umas coisas engraçadas de vez em quando", que consistiria metade em descrição biográfica da protagonista meia apatetada, de como ascendeu na vida mediática como blogger irremunerada (não para todos, só para os mais incautos, mas poderão haver outras opiniões), enquanto tenta não não perder a esperança na Humanidade ao ver/ler as notícias do dia, e metade "descubram o Wally": a super produção fotográfica que consistiria em retratar o Covil, ao natural, apenas enriquecido com um jogo de luzes, no seu verdadeiro esplendor de desorganização em que às vezes se encontra. Tal como o meu cérebro. Os leitores seriam, então, desafiados a encontrar as minhas sabrinas, que é coisa que raramente consigo fazer à primeira, logo de manhã.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Crazyness

Para comemorar o dia ranhoso de hoje, e tendo em conta a molha que alguns de vocês (e eu) irá apanhar no caminho da escola/universidade/trabalho/casa/café da esquina/hipermercado, ou que irão apanhar nos próximos tempos, vou brindar-vos com uma história típica desta época do ano.

Há uns dois ou três anos, em vez de apanhar uma valente constipação/gripe com a vinda da chuva e do frio, fui presenteada com uma acumulação astronómica de muco na garganta, mais comummente conhecido pelo termo extremamente técnico e clínico: ranhoca. Bem, é certo que é muito melhor que uma gripe de caixão à cova, que também já tive, mas não é menos incomodativo. Não se consegue falar, porque as cordas vocais estão todas untadas com a dita ranhosa, e quando sai algum som, parece que se andou a abusar do bagaço. Depois há a tosse. À noite, a respiração torna-se mais difícil, e uma noite bem dormida passa a ser mais uma memória que outra coisa. Aconselharam-me, então, a ir a uma farmácia pedir um anti-expectorante. Chegada à farmácia mais próxima e, com algum esforço, pedi aquilo que me tinham recomendado.

Nightwisha Maria: Boa tarde, quero um anti-expectorante, por favor.
Funcionária: E para que quer isso?
Nightwisha Maria: É para a ranhoca que tenho na garganta.
Funcionária: Ah, então a menina quer um expectorante, não um anti-expectorante!
Nightwisha Maria: Ou isso, seja.
Funcionária: Mas a menina pediu-me anti-expecturante, não um expectorante...
Nightwisha Maria: Sim, está bem, foi o que me disseram para pedir, mas o que eu quero mesmo é qualquer coisa que me tire a ranhoca daqui.
Funcionária: Então quer um expectorante.
Nightwisha Maria: Sim, quero um expectorante.

Entretanto a senhora foi para detrás do balcão, e começou a desenrolar um discurso sobre uma data de medicamentos que tinha para o efeito. Eu respondi que só queria uma coisa que funcionasse. A minha paciência, já de si diminuída, trambolhou-se toda pelo chão fora depois daquela primeira conversa. Eu estava toda enchouriçada por causa do frio e da chuva, sem conseguir falar ou respirar em condições, dormir era uma miragem, e sem cabeça para tolices. E então aí veio a segunda parte da conversa.

Funcionária: Quer xarope ou comprimidos?
Nightwisha Maria: Comprimidos, por favor.
Funcionária: Normalmente, os comprimidos são para maiores de 12 anos.
*silêncio*
*provavelmente, Nightwisha Maria faz uma cara de quem está prestes a cuspir a ranhoca alojada na garganta na fuça da Funcionária*
Funcionária: *com um sorriso-estado-de-sobrevivência * Se calhar, vai mesmo levar os comprimidos, não é?
Nightwisha Maria: Sim, vou levar os comprimidos.

E foi assim que, por alguma razão que desconheço, uma criatura achou que ainda não tinha passado pela puberdade. Nas noites frias e solitárias, chego a pensar que aquele comentário foi irreflexo, ou então que a senhora dava nos ácidos. Mesmo pequena e toda enchouriçada, não entendo como achou que eu já não teria idade para tomar comprimidos para, imagine-se!, a expectoração. Ou então há um dress code qualquer que eu desconheço e que incluía "roupa e sapatos de adulto". Estou mais inclinada para o consumo de substancias psicotrópicas, mas isso poderá ser da minha função cerebral que tende assim para o maquiavélico.

domingo, 1 de novembro de 2015

The Book of Life

Nos dias feriados e importantes celebrações, há uma quase tradição os canais de tv generalistas passarem filmes de animação para os mais pequenos (e para os graúdos que partilham esse gosto, como eu ^^ ). Por isso, seguindo essa quase tradição e em atenção à época do ano, vou falar-vos do filme de animação The Book of Life.

The Book of Life é um filme de animação 3D, produzido por Aaron Berger, Brad Booker, Carina Schulze e Guillermo del Toro (adorei o seu O Labirinto do Fauno), e que conta com as vozes de vários actores conhecidos.

A história começa num museu, onde algumas crianças que ficaram de castigo da escola são obrigadas a passar o dia. A guia, Mary Beth, leva-os então a uma exposição sobre mitos e lendas mexicana, e fala-lhes do Libro de la Vida (The Book of Life). Mary, ao retirar algumas figuras de madeira de uma caixa, declara aos alunos que lhes vai contar uma das histórias encerrada nesse livro, passada na cidade de San Ángel, sobre três crianças.

Manolo Sánchez (Diego Luna), Joaquín Mondragón (Channing Tatum) e María Posada (Zoe Saldaña) são três amigos que, ainda crianças, enfrentam já o peso de viver em função da reputação e prestígio dos seus pais. Durante as celebrações do Día de Muertos, La Muerte, regente da Tierra de los Recordados, e Xibalba, regente da Tierra de los Olvidados, fazem a sua visita aos mortais. Durante estas festividades, que tomam actualmente lugar desde 31 de Outubro e 2 de Novembro (antes da colonização espanhola era no início do verão, sendo que a mudança teve como propósito fazer coincidir o evento com o Dia dos Finados), os mexicanos saem à rua em festa, para celebrar a vida e memoria dos seus entes queridos falecidos. Os cemitérios são enfeitados com flores coloridas e com oferendas que consistem nas comidas favoritas dos seus entes queridos idos. Tudo isto tem como intuito lembrar os finados que, não caso não tivessem quem manter a sua memoria viva, ficariam exilados na Tierra de los Olvidados.

La Muerte e Xibalba prendem a sua atenção nas três crianças, e ante as suas distintas atitudes, decidem apostar quem será o escolhido de María, por quem os dois amigos estão apaixonados. La Muerte escolhe Manolo como seu campeão Manolo, e Xibalba escolhe Joaquín.


...E não vou contar mais, que é para não revelar mais nada sobre o filme e, talvez, convencer-vos a vê-lo.  Nem sequer coloco o trailer, porque tem demasiados spoilers.

Achei o argumento deste filme uma delícia. Já se sabe que é para crianças, por isso não tem o cunho assustador que muitos dos filmes com esta temática adquirem. Mas, como sempre, e porque são filmes para miúdos, também este transmite fortes lições, aquelas mensagens subliminares que, ainda crianças não compreendemos totalmente, mas que ficam connosco como um marco que nos guiará para o futuro. Achei muito interessante que, na recriação da historia de Manolo, Joaquín e María, contada por Mary Beth, todas as personagens continuam com o aspecto de bonecos de madeira. Todas excepto La Muerte e Xibalba, como se estes fossem aqueles, ou alguns entre aqueles, que puxam os cordelinhos dos humanos que gostam de observar. E os momentos musicais são óptimos, especialmente os cantados por Manolo/Diego Luna, que inclui uma versão de Creep dos Radiohead que ficou fantástica ^^

Por tudo isto, e muito mais, vejam o filme The Book of Life. Sem dúvida que vale a pena ver, em qualquer altura do ano ^^