domingo, 27 de novembro de 2011

Dos comentários a acórdãos e das mosquitas lésbicas

A minha vida é feita de pragas. E a minha vida blogocoisica tem sido afectada por uma destas pragas... A cadeira de Direito Executivo.

Eu que ainda devia estar preocupada em fazer a outra cadeira de Processo Civil (Declarativo), ou então estudar para os próximos testes de Direito Fiscal II e Trabalho, tenho que perder tempo com coisas zinhas, tipo comentar um acórdão do STJ sobre títulos executivos, que nada tem a ver com a matéria de Executivo, a bem dizer. Que praga que eu tenho com aquela coisa... É que se ao menos nos explicassem o que c*railho temos que fazer, ainda era uma coisa. Agora mandarem-nos assim para uma jaula a abarrotar de leões sem nos dizerem ao que vamos (para os dentinhos dos mega bichanitos), assim já não devia valer.

Mas comecemos pelo início. No princípio do ano lectivo, a docente de Executivo disse-nos que este ano, para além do teste global à cadeira semestral, teríamos que ter outro momento de avaliação. Em vez da resolução de um caso prático em oral, que o pessoal fazia em casa e depois era só debitar a resolução para o professor das práticas, e eventualmente ser presenciado com perguntas novas saídas do nada, agora foi decidido que temos que comentar um acórdão por escrito. Ora f*da-se...!

Para quem não sabe, o que é perfeitamente aceitável, um acórdão é uma sentença, mas em vez de ser proferido por um tribunal singular (com apenas um juiz), é resultado da decisão de um colectivo de juízes, normalmente três. Tendo em conta que tivemos que escolher à sorte qual acórdão comentar, o que levou a uma grande salsada de grelos à escala quase mundial, agora temos que redigir um trabalho que não sabemos por onde lhe pegar. Aparentemente, a docente das teóricas ficou de nos facultar umas regrinhas para sabermos como se comenda uma coisa daquelas, só que, com toda a certeza, a senhora é muito atarefada e não teve tempo para tal... Conclusão: estamos a inventar. Depois os professores ficam muito chateadinhos porque os alunos não sabem fazer nada de nada... Pudera! Talvez porque não lhes ensinam nada de nada!

Para completar o meu achaque por pragas (já não bastavam as cadeiras da universidade, mais respectivos testes, trabalhos, docentes, salas de aula por limpar que me causam ataques de sinusite...), eis que a comunidade de mosquitos dá numa de que o meu sangue é docinho e toca a picar a Nightwish! Se bem que este último Verão fui bastante poupada a ferradelas, comparando-se em igual período de anos anteriores. Só que ontem à noite andava lá pelo meu quarto um filha da pu*ah de um mosquito, que me acordou com o seu síndrome de "sou uma avioneta e vou zumbir nos ouvidos desta gaja só para meter nojo".

Sim, eu acordei com o bicho a romper o silencio com aquele barulho irritante tão seu característico, e ainda tive tempo de dar umas cacetadas em mim mesma. O que eu não contava é que ele me ia ferrar... no lábio. Ou ela, que eu uma vez vi na tv que são as musquitas que picam as pessoas para beberem o sangue destas, para depois alimentarem os bebés mosquitos. Mas não tenho a certeza de ser bem assim... Caso contrário, não haveriam mosquitos macho. De qualquer maneira, o que me interessa é que acordei com o lábio inchado, que parecia que tinha levado uma bordoada nem assente.

A sério Apolinário?! Isto só a mim... Tanto sítio onde picar, tinha logo que ser ali. Escusado será dizer que comecei logo a panicar, porque aquilo herpes labial não era, daí que era uma coisa completamente nova e estranha e não voltava não normal. Cheguei até a pensar que pudesse ser da posição de tinha a cabeça na almofada, tipo totalmente enterrada no apoio fofo para dormir. Só que quando me cheguei ao espelho e vi a marca do forinho que o c*railho do bicho me fez... Só me apetecia matá-lo. E quase que consegui! Mas o c*abrãzoinho (ou c*bronazinha - não quero mosquitas lésbicas a beijarem-me! Já tenho o meu foufinho e não quero mais nenhuma criatura a executar tal proeza) fugiu-me...

E agora digam-me: poderia eu viver sem as pragas que assolam tão descaradamente a minha vida? Claro que podia... Só que não me deixam!! And it sucks... =/

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Direito Penal II - Penar pelo segundo ano consecutivo

Hoje tive o primeiro teste parcelar de Direito Penal II. E aquela m*rda foi penar até ao fim.

Para começar, são as aulas em que os stores não dão nada desta vida de jeito. Não faço a mínima ideia da vidinha do que raio ando a dar nas aulas. Na teórica, o stor divaga e divaga e divaga... É muito boa pessoa, mas não tem noção que ele sabe imenso e tem que dar o programa em concreto e uma ou outra coisa a mais, só por curiosidade. Pois bem, ele dá todas as curiosidades e mais alguma possível e imaginária, e só de vez em quando se cinge à matéria do programa da cadeira. As aulas práticas... nem vou falar.

Sinceramente, não sei qual das aulas é pior, ou seja, em qual delas aprendo menos. Ou desaprendo mais. Ainda assim, lá fiz um esforço maior do que o Atlas para mover o mundo, e tentei estudar o mais que pude aquela bodega. Falhei miseravelmente.

Nem um dia inteiro consegui estudar. Foram uma ou duas horas por dia em 3 dias, dias estes intercalados. Acho até que nem consegui fazer as 6 horas que acabei de escrever, Pavoroso, foi o que foi olhar para aquilo. Mas fui na mesma fazer o teste, basicamente numa de "temos global, recurso, época de Setembro e para o ano (não convinha muito...), por isso, depois vê-se". Eu bem sei que esta não é a melhor postura, só que também não me adianta nenhuma ir super nervosa, que se assim for, só vou para lá fazer m*rda.

E pronto. Lá fui eu. Mal li o teste, fiquei logo de olhos em bico... Na parte teórica do teste, do qual constavam três perguntas, estava o seguinte:

"1. É a indemnização por perdas e danos uma consequência penal? Justifique a resposta dada.

2. Como caracteriza justificadamente o sistema penal português no plano das suas reacções criminais (monismo/dualismo)?

3. Discuta doutrina e jurídico-positivamente a questão dos sistemas de determinação da multa."

Do caso pratico, nem vou fazer menção, que aquilo ainda era uma cagada maior que as perguntas supra transcritas. F*da-se! Mas que questões da treta são estas? Tirando efectivamente a segunda pergunta, tinham tanta m*rda para pedir ao pessoal para desenvolver, e metem estas coisas? A primeira questão foi abordada assim uns 5 minutos ou menos numa aula teórica, se não me engano, a última era quase igual a uma parte do caso prático.

Facto mais interessante de todos: tinha uma hora para fazer o teste, sem tolerância. Três perguntas teóricas para desenvolver e um caso prático super geral e abrangente com duas alíneas e só 90 minutos... E depois admiram-se que os alunos de Direito não tiram notas de jeito. Gostava de ver os stores a tirarem 20 e a fazerem um teste tão absurdo em tão pouco tempo. E não eram só os de Direito Penal II. Queria ver todos os meus docentes a fazerem os testes que nos dão e ter tudo certo com a miséria de minutos para cobrir todas as possibilidades... É uma vergonha, tendo em conta que processo na primeira instância (tribunal de comarca, como quem diz, tribunal da terrinha) chegarem a demorar 12 anos...! Mas é o que temos...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Agora é andar sóbrio até aos 18 anos... NOT!

Ao fim de não sei quanto tempo alguém se lembrou que a canalha não deve beber. Tem graça que eu ando a dizer isto desde os meus anos do secundário... É por estas e por outras que cada vez mais me considero à frente no tempo comparando com muita gente.

Aparentemente, hoje alguém "importante" anunciou que a partir de 2012, a idade mínima para consumo e aquisição de álcool vai passar dos 16 para os 18 anos, e ainda que esta nova medida será acompanhada de outras que têm por base desincentivar os jovens de beber. A ideia por detrás de tudo isto assenta em duas ordens de razão: primeiro, porque é considerada uma preocupação de saúde pública; depois, porque nos outros países europeus é assim, sendo que "não se justifica que Portugal não siga aquilo que é comum num número significativo de países europeus e não só no sentido de tornar o álcool apenas disponível para maiores de 18 anos".

Oh pessoa que disse isto, estimo muito bem que vossa excelência se f*da. Afinal é não só porque faz mal beber em idade precoce. Temos que ver que somos uns Maria-vai-com-as-outras, e que se os outros fazem, nos também temos que fazer. Se a Alemanha dá pulinhos, Portugal também tem que pular, se a França dança o Hula, Portugal não pode deixar de dançar também. Ide à m*rda masé...

Não obstante das considerações europeias da treta, a verdade é que a criançada começa a beber cada vez mais cedo. Sim, criançada, que gente com 12 ou 13 anos, são inadvertidamente crianças. Acredito que elas achem normal beber e que pensem que a bebedeira os torna muito adultos, mas não torna. Contentem-se com a idade que têm, porque quando tiverem 20, vão desejar os 12 ou 13 outra vez. Provar um golinho de vinho ou champanhe em casa, com supervisão, não é nada de mais. Também o fizeram comigo, e não virei bêbeda. É preciso é ter cabecinha e saber o que se faz, mas tendo em conta a educação que este povo tem hoje em dia, já quase nada me admira.

Acho que eles realmente querem fazer com que a juventude deixe de beber e apanhar altas "cabras", é muito simples: lei seca. O pessoal vai sempre querer beber e fazer cenas tristes, ir para o INEM, dar beijos a desconhecidos, ter sexo casual em casas de banho, e outras coisas mais. Se eles agora já pedem a pessoas mais velhas para lhes comprar a bebida, vão continuar a fazê-lo, só que por mais um par de anos. Os bares e roulotes vão continuar a não pedir identificação, porque o que eles querem é vender, que a vida não está fácil para ninguém.

O que têm que mudar são as mentalidades. Aos anos que ando a dizer que só se devia beber a partir da maioridade, mas ninguém me ligava puto. Afinal até que tinha razão. Temos que ensinar a esta canalhada que andar a cair na rua da pinguinha, gregar em tudo o que é canto e chegar ao cúmulo de ser levado em braços para casa não é bonito. Eu não preciso de beber para me divertir. Não é o álcool que vai fazer a minha noite, mas sim as pessoas com quem eu a vou passar. Cresçam primeiro masé, e depois sim, pensei em ser adultos e se comportarem como tal. E não é a apanhar altas mocas que vão ser mais "crescidos", ai isso é que não.

domingo, 20 de novembro de 2011

A mística do prefácio e a ignorânica das novas gerações

Hoje, quando vinha no comboio para Braga, encontrei um família bastante engraçadita... Enquanto esperava que o gigante de ferro arrancasse de Viana com destino a Nine, reparava, não com muita atenção, numa senhora com os dois filhos, uma rapariga de 14 anos, e um rapazito com cerca de 8 anos.

A adolescente tinha um livro. Pelo que estive agora mesmo a pesquisar na net, O Velho e o Mar de Ernest Hemingway faz parte da leitura obrigatória de um qualquer manual do 9.º ano de Língua Portuguesa. Mal ela abriu o livro, a primeira pérola maravilhosa da viagem: "Oh mãe, aqui tem um prefácio... O que é isso?!". Eu fiquei a olhar para a miúda, com cara de ursa, simplesmente. A mãe tentou explicar-lhe que aquilo era um género de introdução, mas ela não entendia. Algumas frases depois, que eu não consegui ouvir direito, ela responde "Já podias ter dito o que era... Eu não estou a estudar Chinês, estou a estudar Português".
 
Primeira observação: a língua Chinesa não existe. Na China falam-se três línguas: Mandarim (maioritária), Cantonês e uma outra que eu não conheço. Não se fala Chinês. Segunda observação: oh c*railho, tu tens 14 anos e não sabes o que é um prefácio? O que se seguiu na conversa entre mãe e filha dá resposta a esta pergunta: "Eu nunca tinha visto um livro com prefácio...", "Oh filha, há muito livros assim. Quando chegarmos a casa eu mostro-te... Mas também, tu pouco lês...", "Oh mãe, eu já li três livros!!".

Convém informar os leitores que este "três livros" foi dito com tal enfatização, que por momentos cheguei a convencer-me que era um feito fantástico. Não parvalhona, não é! Teres lido só três livros na tua medíocre vida, é um número de m*rda! Com a tua idade, já tinha perdido conta aos livros que tinha lido, e não eram tretinhas em meia dúzia de páginas, já lia livros a sério, literatura, não revistinhas cor-de-rosa.

De qualquer maneira, não me admira que o nível de conhecimento da pirralhita seja tão baixo, porque mal leu duas linhas do livro, guardou-o logo e pôs nas orelhas uns headphones daqueles todos XPTO, que estão à venda na Fnac por 40 euros, ou coisa que o valha. Para isso tem ela dinheiro. Para investir em cultura já não. Mas também não é assim tão estranho, visto que o puto pediu logo à mãe a PSP. Contudo, a miúda cansou-se logo de ouvir música e foi a dormir quase a viagem toda, com a cabeça pousada em três sacas de compras: uma da Modalfa (roupa), outra da Stradivarius (mais roupa) e uma última da Book.it (que com certeza não tinha livros, porque o seu conteúdo era demasiado fofo para isso).

Quanto ao rapazito, a coisa não foi muito melhor. Para além de nunca parar quieto, estar sempre a falar e a tirar-me do sério, o que não é fácil, pelo menos ao que toca à criançada, tinha expressões bem engraçadas, como "raios parta" tudo e mais alguma coisa, "filho da pu*ah" e "c*railho". Penso que estes preciosismos de linguagem devem ser bem comuns para ele, porque dizia-os com um à-vontade estupidamente incrível, e para além disso, a mãe nada lhe dizia. Foi esta mesma mãe que, quando estávamos em Barcelos, se não me engano, lhe cortou as unhas no comboio.

E depois admiram-se quando a miudagem é extremamente rude e mal-educada. Isso, e totalmente sem cultura alguma. Mas a culpa não é só deles: é, acima de tudo, dos paizinhos que eles têm. Tudo bem que os meus nunca me instigaram assim tanto à leitura, todavia, quando perceberam do meu gosto pelos livros, sempre que podiam davam-me mais um. Porém, nunca fizeram o oposto. Eu cresci como muita gente da minha idade: tinha pouco e era com pouco que me tinha que contentar. Sempre houveram pessoas com ainda menos que eu, mas tinha a noção do que poderia ter ou pedir. Este putos de hoje em dia têm tudo e mais alguma coisa, os paizinhos sedem a todas as suas birrinhas, e depois acabam por se tornarem cidadãos sem o mínimo de cultura ou de moral.

Juro que não percebo estas novas gerações. Ao lado deles, sinto-me uma anciã. E eu nem sou assim tão mais velha que eles. Juro ainda que, quando tiver filhos, eles não vão ser assim, que eu não deixo! Que eles vão ter mãezinha que os eduque, e que lhes ensine coisas que valem a pena. Vão ser os maiores da aldeia deles.

sábado, 19 de novembro de 2011

Donas de Casa Desesperadas, versão com filhos na piscina

Sábados de manhã significa, na maioria das vezes, para mim, mais uma ida à piscina. Devo desde já dizer que estou a ficar uma expert na coisa! Já consigo nadar, ainda que mal, de barriga para baixo, e fazer uma habilidade à golfinho, isto como quem diz, já vou mergulhando menos vergonhosamente. Para completar a coisa, basta relatar-vos a frase que um dos miúdos que está na piscina comigo me disse hoje: "Agora já não tem medo da água!" (Sim, eles tratam-me por "você", ainda não percebi bem porque razão... é certo que eu sou uns valentes anos vais velha que eles, mas acho que também não é motivo para tanto! Eles lá sabem...).

Ainda assim, sou a aluna mais atrasada daquela secção e, provavelmente, de toda a piscina, porque para além dos 5 rapazes que estão na minha pista (a de nível mais baixo) terem começado as aulas antes de mim, eles conseguem ir todos os sábados, coisa que eu nem que quisesse seria capaz de fazer. Quando eles forem universitários como eu, lá perceberam porque é que a trenga de 21 anos que fazia umas cenas tamanhas na piscina só aparecia metade das vezes por mês. Por hora, o mais velho deve ter uns 13 ou 14 anos, logo ainda lhe falta muito tempo para não ter tempo para mais coisa nenhuma a não ser os calhamaços da faculdade.

Todavia, estou feliz com o meu progresso. Em três aulas consegui fazer o que nunca pensei possível em toda a vida de tentativas e pirulitos engolidos. E só por acaso, quando volto a casa das aulas de natação, não me sinto cansada nem com dores musculares. Quanto ao sono, isso já é outra história... Para começar, eu tenho sono todos os dias e a todas as horas. E quando sou obrigada a acordar ainda mais cedo que o costume, ainda mais sono tenho. É o que dá só ter aulas de manhã duas vezes por semana (à quarta entro às 9 horas - suplício!! - e à quinta às 11 horas). Mas agora vocês perguntam-se: onde diabo entram as Donas de Casa Desesperadas?! Ora muito bem, é aqui mesmo.

O grosso da canalhada, parece-me, está no turno a seguir ao meu na piscina (aquilo é assim para não entupir). Quando eu acabo a aula e vou à banhoca, começo logo a ouvir a criançada aos berrinhos. Vou à minha vidinha e quando retorno ao balneário para me vestir, encontro o local cheio de criancinhas e, pior que isso, as mães todas no paleio.

Para além de ter menininhas dos 2 aos 8 anos (idade aproximada "a olho") a olharem para mim, provavelmente para alguma zona específica do meu corpo que lhes pareça diferente do delas, curiosidade perfeitamente normal naquelas idades, tenho menininhos dentro da mesma faixa etária a fazer o mesmo. Minha gente: se a canalha é demasiado nova para se vestir e despir sozinha para ir para a aula de natação, criem um balneário só para eles. Ou então os pais que levantem o c* da cama e os levem para o balneário dos homens, e assim as mães já não têm que os levar para o balneário das mulheres. Não tenho que ter um miúdos já na primária e com idade para "saber umas coisas" a olhar para mim e para o meu corpo como quem "até que ia aí tocar numas coisas", nem tão pouco tenho que chegar ao cúmulo de me ir vestir para a casa de banho (que não tarda nada, vou começar a fazer). Se o balneário é feminino, não é para ter lá pilas, mesmo sendo das mais pequeninas.

Só que o terror não acaba aqui. As mãezinhas dos meninos e das meninas, quando se juntam em bando, começam a falar que nem gralhas em dia de festa e, de preferência, o mais alto que conseguirem. Aquilo torna-se num galinheiro tal, que às vezes só me apetece sair disparada com metade da roupa vestida, e deixar ficar para trás toalha, chinelos e demais coisa que tenha por lá. Depois admiram-se porque a criançada hoje em dia é mais ressabiada que o "deus me livre".

E aquelas senhoras não são nada parciais... Da última vez que lá fui, olharam-me com uma indiferença tal, que eu até fiquei pasma. E lá estavam elas, entretidas mais na conversa do que em tratar dos filhos, a olhar para mim de quando a quando, como se fosse um favor que me estavam a fazer. Hoje tinha o meu casaco de curso vestido. Não sei se foi da pressa de me pôr no c*railho de lá para fora ou se foi do frio, mas sequei-me e vesti-me num ápice. Só que depois tive que esperar pela minha mãe. Vai daí, sentei-me no banquinho do balneário, de costas para as Donas de Casa Desesperadas, com o meu "Direito" em vermelhão sangue no casaco preto do kit de curso. Ui! Que amorosas que elas estavam esta manhã! Afinal de contas, estavam a partilhar o espaço com uma futura Doutora Advogada, quiçá Juíza, ou outra coisa qualquer que lhes pareça ser de nível. Se me comprassem produtos da Oriflame, isso sim é que era de nível...

Acho que vou ter que mudar de modalidade... Em vez de "natação com aprendizagem", estou a considerar a possibilidade de me dedicar a "nadar com tubarões". Os bichitos devem ser mais agradáveis e educados que as mãezinhas dos meninas e das meninas que andam na piscina comigo. Mas isto é só uma ideia...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Doe vida, e seja feliz ^^

Acho que toda a gente já teve conhecimento da notícia que fala sobre a doença do filho do jogador Carlos Martins. O menino tem aplasia medular e precisa de um transplante de medula óssea. Esta doença rara causa a falência da medula óssea (órgão responsável pela produção do sangue), fazendo com que esta deixe de ser capaz de dar origem a novas células sanguíneas. O melhor tratamento é, então, o referido transplante.

Infelizmente, até ao momento e deste a minha maioridade, não posso realizar um sonho: ser doadora, tanto de sangue como de medula óssea. E porquê? Porque para se ser doador é necessário preencher-se determinados requisitos: ter entre 18 e 45 anos, não ser portador de nenhuma doença crónica ou autoimune, não receber uma transfusão de sangue desde 1980 e ter mais de 50 kg. Ora é precisamente neste último que eu falho. Sei bem que a sinusite e a rinite alérgica são doenças crónicas, e que tenho ambas, mas hoje em dia quem é que não tem pelo menos uma delas? Creio que só relevam se forem aquelas doenças mais graves e, que tenha conhecimento, não padeço de nenhuma. Só que falho miseravelmente no critério do peso.

Não, não é preciso assustarem-se, que não há nada de errado com a minha balança ou com a minha saúde. Por acaso até estou dentro dos limites do peso ideal, visto ter apenas 1,53 m (eu sei, sou quase uma pigmeia xD). Também sei que ter mais um quilito ou outro não me ia fazer mal algum, e já cheguei a pesar uns fantásticos 49 kg, só que por mais que tente, não consigo aumentar de peso. De qualquer maneira, não foi isso que me trouxe aqui hoje.

A questão é muito simples: há pessoas neste mundo que precisam da nossa ajuda, sejam elas quem forem, e não nos custa nada dar umas gotinhas do nosso sangue para salvar uma ou várias vidas. Podem ter a certeza que se pudesse, tinha-me inscrito para doadora de sangue e de medula óssea quando completei 18 anos, porém, por ora isso é-me impossível, e é algo que me frustra imenso. Não sei como ainda há pessoas neste terceiro calhau a contar do sol que se recusam a ajudar, todavia talvez isso seja um assunto que me está vedado à percepção. Ainda assim, este caso fez-me reflectir não só quanto à inveja, ignorância e egoísmo humanos, mas também sobre duas considerações relevantes:

1. É neste momento que nos apercebemos que o dinheiro que temos não serve para rigorosamente nada nesta vida, quando não se tem saúde e que, esse mesmo dinheiro, ainda que todo o que possa existir à face do planeta, nunca poderia comprar mais uma horinha que fosse de vida. Daí que não entendo a razão de tanta estupidez e maldade no mundo.

2. É preciso ser um filho de um jogador de futebol ter uma doenças destas para se multiplicarem e remultipilicarem as ajudas. Hoje no jornal da hora de almoço disseram que, em contraste com as cerca de 10 pessoas que entram no Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea em Lisboa todos os dias, ontem aparecerem (acho) 260 pessoas para darem o nome para as listas nacionais de dadores de medula óssea. O que me leva a concluir que vivo num país de gente pequenina, bem mais pequenina que os meus enormes 1,53m. Espero de todo o coração que o Gustavo se salve, mas tal como ele, também desejo de todo o mesmo coração que todas as restantes crianças e adultos do mundo consigam encontrar um doador compatível para também eles se salvarem. Se fosse o Zé ou a Maria da rua ao lado, ninguém queria saber, mas como é um filho de alguém conhecido, já toda a gente ajuda, e isso é que é a verdadeira miséria humana: não a doença do menino, que já por si só deve estar a causar um grande estrago e dor na vida da sua família, mas a imbecilidade que afectou a raça humana e que esta sim, é uma verdadeira doença sem cura.

Como já disse, espero que o Gustavo se cure. Não deve haver maior agonia para um pai ou uma mãe ver o seu filho definhar. Tanto seja ele filho de um jogador de futebol, como de um operário fabril. E sempre que puderem, não hesitem: ajudem. Podem estar a salvar uma vida. Ou mais que uma.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tens uma lata do c*railho...!

Na semana passada fui aos serviços sociais aqui da Universidade, para perguntar sobre determinados papéis que aparentemente não faltavam na minha candidatura à bolsa, mas que só por acaso... até que nem estavam lá, tal como eu digo aqui.

Entretanto, lembrei-me, lá pelo meio dos atrofianços da mulher (em que me perguntou se eu tinha lido bem o e-mail que os serviços mandaram, porque na terra dela, aparentemente, completar a bolsa e revalidar a bolsa são coisas iguais...), que o B.I. até que tinha caducado na semana anterior. Como já tinha na minha posse o meu novinho em folha C.U., perguntei: "eu sei que talvez não é da sua competência, mas o meu B.I. caducou e já tenho o meu C.U. e queria saber o que tenho que fazer e onde tenho que entregar algum documento para o efeito...".

Primeiro, a mulher ficou a olhar para mim, com cara de tansa. Depois disse-me que bastava tirar uma cópia do referido documento de identificação, e que devia entregar lá e especialmente nos serviços académicos, que nesse segundo sítio é que era realmente importante levar a cópia, nos serviços sociais nem por isso... (Claro... até porque para receber bolsa nem tenho que ter os papéis todos actualizados nem nada! Santa incompetência...).

Após isto, a senhora disse que "tinha que ir lá dentro", e é então que a Night aqui tem a melhor ideia de sempre, aliada à maior lata da história dos serviços da universidade... "Olhe, já que vai lá dentro, não se importa de me tirar uma cópia do C.U.?! É que assim já fica e escuso de cá voltar de propósito por causa de um papel...". Ora chupa!! A mulherzita ficou mais uma vez a fitar-me tipo parva, replicando ao fim de uma pausa de segundos que a ela lhe devem ter parecido horas, que ia ver se a máquina estava a funcionar (claro que o que ela quis dizer foi "vai-te f*der fedelha da m*rda", mas como talvez não queria perder o emprego, calou-se e foi tirar o raio da cópia aqui para moi).

Eu ainda pensei em pedir-lhe que, já que ia lá dentro, podia tirar duas cópias até, que assim não tinha trabalho a ir a uma reprografia fazê-lo e andar de trás para a frente, quando podia ir direitinha aos serviços sociais e já estava. Mas se calhar até que era abusar de mais... talvez. Deste modo, deixei a coisa por simples, e depois pedi à dita funcionária para adicionar o papel no meu processo, já que ela o tinha ido buscar aos quintos do c*railho dos arquivos, depois de ter resmungado que passava a vida de um lado para o outro para procurar processos de alunos... Sim, que já se sabe como é a maioria dos funcionários públicos: quando menos fazem, menos querem fazer.

Já nos serviços académicos, entrei mesmo à patron, nem tirei ficha, passei à frente de toda a gente, que não ia estar com muita merda por causa de uma cópia. Nem sequer esperei que alguma das funcionárias estivesse vaga para me atender. Cheguei lá, à primeira tipa que encontrei e deu o coiso, sem prestar atenção à moça que estava a ser atendida.

Aprendam comigo: não liguem puto aos outros e sejam os maiores da vossa aldeia. Compensa xD

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A lista de... viagem xD

Hoje vamos relaxar. Depois de dois dias de testes seguidinhos (na terça foi Direitos Reais e hoje Direito da Família e Sucessões), uma pessoa chega a um ponto que já não anda lá muito bem desta cabeça. Desse modo, decidi dar-me um desconto e fazer o que me der na real gana, e esse belo programa começou comigo a deliberar que hoje o jantar seria lasanha!

Para quem não sabe, eu adoro dar numa de Garfield. Adoro lasanha, adoro dormir, adoro não fazer puto da vida, adoro ser inconveniente e não desadoro ver tv até cair para o lado. Daí que o meu ideal de vida é ser como este meu ídolo. Vamos lá admitir: o diabo do gato leva uma vida mesmo à patrão, sempre de papo para o ar, a infernizar a vidinha do pobre do Odie e do John Arbuckle, e a comida vem sempre ter com ele sem ter que mexer um palheto.

Mas o que me traz hoje aqui é falar mais concretamente o que eu fiz na aula de Direito Penal II. Ou o que eu não fiz. De manhã tive teste, ao início da tarde uma aula de Processo Executivo, que é do género: o stor dita as coisas em 5ª velocidade, e nós tentamos apanhar o que ele diz, e depois disso fui para a dita aula de Penal II... Eu tentei, eu juro que tentei tirar algum apontamento de jeitinho da coisa. Mas não deu.

Aquela aula é quase intragável, que a stora é uma rapariguinha nova, muito boa pessoa, só que não impõe respeito nenhum. Ou seja, ninguém lhe liga puto, toda a gente fala e faz barulho e o povo vai saindo da aula quando quer, acabando por ficar meia dúzia de gatos pingados na sala. Para piorar, a mulher fala baixo para c*railho e não se ouve nada nas filas de trás, que é para onde eu vou na maioria das vezes. Vai disto, acontece o melhor do meu dia:

A Pops decidiu fazer uma lista das roupas e et cetera que ela tem que levar para Paris. --'

Da lista que eu diligentemente ajudei a fazer, que eu sou uma boa amiga (xD), constavam, aquando do final da aula: 4 ou 5 pares de calças, 3 camisola, uma camisa e uma túnica, uns 5 casacos, 4 lenços, 4 pares de calçado e duas malas. Ainda, constavam produtos de higiene de carácter variado, máquina fotográfica e respectivo carregador, mais o outro carregador, o do telemóvel. Convém ainda não esquecer um facto extremamente importante: ela embarca amanhã para Paris e volta no Domingo. E agora vocês perguntam: então porquê tanta roupa? Pois... é que ela tem que ter alternativas. Inclusivamente, quando eu lhe perguntei porque é que ela não levava uma mala apenas, ela respondeu "fica mal aparecer em todas as fotos com a mesma carteira...". Só dela mesmo.

Desengane-se quem pensa que ela é uma coquete nojenta, porque é mentira. É uma tola que está sempre pronta para a ramboia e que não é nada peneirenta em relação ao dinheiro que tem. Mas quando toca a roupa e, especialmente, malas... Não há quem a aguente. Ela mica a roupa e as carteiras de todas as tipas lá no curso, e não se corta de criticar as tendências das storas. O que transforma as aulas num máximo =)

Conclusão da aula de Direito Penal II de hoje: não percebi puto do que a stora disse e passei a aula toda a rir-me das coisas absurdas que a Pops dizia, tipo "achas que 4 lenços chegam? Devem chegar... Smile xD". A ela desejo-lhe boa viagem e que lhe caiba tudo na sua mala de "tamanho normal". E já agora, que me traga uma coisinha qualquer de Paris, não importa o quê ^^

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eles não são uns totós!

Oh pah, curto tanto...!


Ultimamente ando extremamente inspirada por esta música. Oh pah, não sei...! Quer dizer, até sei porquê... Mas não é para contar xD De qualquer maneira, é sempre super hiper mega ri-fixe (perceberam a ligação?! Lol) cantar isto no meio das aulas. Sim! Eu lembro-me de cantar coisas estúpidas no meio do nada, quando menos o devo fazer. A cantoria é baixinha para os stores não ouvir, mas está lá!

Devo estar com um complexo qualquer de jukebox. Desconheço qual a sua origem e quais os seus efeitos a curto prazo da coisa. Mas é tão awesome! Confesso: adoro o meu mais recente estado de parvoeira mental aguda, só que infelizmente é intermitente (tal como alguns contratos de trabalho ou os respectivos c*s dos pirilampos). Era tão mais fixola se eu andasse sempre assim... E não, não se alarmem, não é da ganza. Cá para mim, é mesmo do stress da universidade (testes e pessoas incluídas) que me anda a pôr tolinha da vida. Não sei como é a vida de um inabilitado por anomalia psíquica, mas um dia destes a ver se experimento. Pode ser que goste... e depois não faço puto da vida e vivo à conta do Estado, tal como muitos falsos bolseiros que por aqui e ali andam sem vergonha nenhuma na cara. Era uma vida do c*railho...!

Infelizmente, tenho que ser imputável, o que pode ser mudado facilmente... Todavia, por hora, é o que temos. Ainda assim, ninguém me tira a liberdade de andar a cantar estas e outras coisas nas aulas, para gozar com determinadas situações da vida. Esta música diz nas entrelinhas qualquer coisa do género: ide-vos todos f*der, se andarem a fazer de mim um(a) urso(a), eu depois chego aqui mesmo à patrão(patroa) e vingo-me em alto estilo. É assim que eu quero ser quando for grande! Quem se meter comigo, bem que se f*de!! E digo já que devíamos ser todos assim, e não deixar que nos pisem e façam de nós gato-sapato. Se o povo todo seguisse aqui esta minha nova filosofia de vida, era muito mais feliz, e não tinha tantos problemas (talvez arranjasse alguns em tribunal... mas para isso estou cá eu! xD). Ainda vou virar guia espiritual... LooL! Not...

Bem pessoas, ainda tenho muito que fazer da minha vidinha hoje, por isso, até qualquer post. E não se esqueçam: vocês também não são uns totós! Façam como estes moçoilos e gozem com as situações más e pessoas imbecis das vossas vidas com um "vai p´ra p*tah que pareeeeeuu!!" on their face xD

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Labirinto do Fauno

Provavelmente conhecem o nome deste filme por Pan's Labyrinth, mas o seu nome original é El Laberinto del Fauno. Pensava eu que era mais uma produção americana, porém este é um filme mexicano, dirigido, produzido e escrito por Guillermo de Toro. A história narra acontecimento do pós guerra-civil espanhola, quando Franco estava à frente do país (daí a língua falada ser o Castelhano e não o Mexicano - sim, há diferenças para os mais desatentos =P).

Tentando não fazer muitos spoilers, a narrativa centra-se numa menina chamada Ofélia, que adora contos de fadas. Ela viaja com a sua mãe grávida para uma casa numa aldeia, onde se encontra o novo marido desta, um militar franquista absolutamente fanático e que tenta a todo o custo exterminar os rebeldes. Ele, por ser o pai da criança, arrisca a vida da sua nova esposa, só porque o filho tem que nascer onde o pai está, e conversa acabada (já estão a imaginar que tipo de homem é este...). No caminho, Ofélia encontra um louva-a-deus, acreditando que este é uma fada.

Durante a noite, o animal volta a aparecer-lhe no quarto, transformando-se numa fada e levando-a para o velho labirinto ao lado da casa. No centro do labirinto, a menina encontra um fauno (que não é Pan, contrariamente ao que o nome do filme em inglês pode levar a acreditar) que lhe revela algo maravilhoso: Ofélia é, na verdade, a filha do Rei do Mundo Subterrâneo (das fadas e não das alma falecidas), que tinha escapado do seu mundo de fantasia porque queria conhecer o mundo dos humanos. Quando chegou à superfície, a Princesa Moanna ficou cega graças aos raios do sol e perdeu a sua memória, acabando por morrer de doença. Para voltar para o seu mundo maravilhoso, Moanna, ou seja, Ofélia, tem que passar três tarefas para provar que a sua essência permanece intacta, tarefas essas que se vão revelando ao longo dos dias que faltam para a lua cheia seguinte. Esse é o prazo para Ofélia voltar para casa.

Não vou contar mais nada do filme, até porque não quero que percam a vontade de o ver. Adianto deste já que não é nada aoestilo The Chronicles of Narnia, como inicialmente pensei. Aquilo não tem nada de bonito. Tem fantasia, é certo, até porque nunca chegamos a ter a certeza se as fadas, o fauno e todos os acontecimentos mágicos são unicamente obra da imaginação de Ofélia, para se proteger do mundo cruel onde vive, ou se esses mesmos seres e acontecimentos são tão reais como a maldade dos humanos ali presente. Ainda, a película é daquelas de "rodinha vermelha", o que me pareceu estranho ao início, mas ao fim de meia hora de filme, percebi perfeitamente a razão para isso. Chega a quase a ser uma película de terror em alguns momentos.

Este não é um filme para crianças, nem pensar. É demasiado duro e cruel. Pode dizer-se, antes, que é um "conto de fadas para adultos". Não deixa de ser um filme de fantasia, com bons efeitos especiais, se tivermos em conta o tipo de produção em questão. É acima de tudo, uma história triste, mas bem real. Apesar disso, não deixem de ver o filme. A narrativa é muito bem conseguida, extremamente simples e bem imaginada. Se não fosse a realidade humana, seria um filme maravilhoso.

domingo, 13 de novembro de 2011

Bolo de laranja e eu com muito que fazer!

Infelizmente, tenho andado mais parada do que o desejável, visto que a minha vida "profissional" tem andado, como diria o foufinho, "numa fona". A minha rica vida tem-se resumido a: aula, reuniões, estudar, testes e trabalhar (na generalidade). Ou seja, não tenho tempo "nem para me coçar".

Ainda assim, este fim-de-semana não fui à terrinha porque tenho teste terça e quarta-feira, e só o tempo que eu ia perder nas viagens e a descansar em resultado destas, foi mais produtivo ter ficado aqui em casa, quentinha e de pijama (estou assim desde quinta à noite...), de meiinhas felpudinhas e com canequinhas consecutivas de leite com chocolate quente na mão. Alguns até podem pensar mas que bom... esta gaja não faz puto da vidinha e ainda se queixa... Mas é que na outra mão tinha os Códigos Civil e do Registo Civil, a sublinhar merdinhas sobre, imagine-se... casamento. Como diz a Mónica, uma coisa que parece simples, é na verdade uma grande trapalheira que dá uma grande trabalheira. Querem o meu conselho: não casem. "Ajuntem-se" masé, e não se esqueçam de se precaverem (vulgo, façam um contrato de coabitação, ou lá como a coisa se chama), só para prevenir asneirada.

Apesar disso tudo, e de eu ainda nem sequer ter pegado nas coisas de Direitos Reais (valham-me todas as coisinhas santas...!!), não é disto que vos quero falar. Hoje fiz uma coisinha nova na cozinha (mais concretamente na sala, que levei o material todo para lá xD): bolo de laranja. O foufinho está cá em casa por estes dias e deu a ideia de experimentarmos algo diferente, para não ser sempre bolo de chocolate. Encontrou esta receita na net e pusemos mãos à obra (sim, ele ajudou ^^):

Ingredientes:
  • 250 g de farinha
  • 250 g de açúcar
  • 100 g de margarina
  • 2 laranjas
  • 4 ovos
  • 1 colher de chá de fermento em pó
Esprema o sumo de apenas uma laranja e reserve. Separe as gemas das claras e bata as claras em castelo. Numa tigela, bata a margarina com o açúcar, adicione as gemas uma a uma, batendo entre cada adição, até ficar um creme espesso. Junte o sumo e a raspa da casca das duas laranjas e bata mais um pouco. Adicione a farinha previamente misturada com o fermento e por fim as claras batidas em castelo, envolvendo toda a massa cuidadosamente. Leve a forno pré-aquecido a 180º numa forma untada e enfarinhada, durante cerca de 45 minutos (ou até o bolo ficar decente, no caso do meu forno... --').

Não sei se conhecem a técnica, mas para vermos se um bolo está pronto basta espetarmos um palito no dito e se este sair sequinho, então o bolo está pronto. Claro que, mais uma vez, com o meu forno as coisas não se passam bem deste modo... Da última vez que o foufinho cá esteve, o bolinho de chocolate que fiz estava meio cozido, meio por cozer, ao que vulgarmente de chama "o bolo tinha pito". Ainda assim estava muito bom, que eu até que gosto desse pito. Nada de piadas porcas, agradecida... xD


E aqui fica uma fotita do bolinho. Aconselho o(s) seguinte(s) acompanhamento(s): leitinho, quente ou frio, e um pouquinho de chocolate derretido por cima das fatias do bolo, num contraste saboroso entre a laranja e o chocolatinho ^^ E já agora, não liguem à publicidade descarada... façam de conta que não está lá =P

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Divisão de bens entre Adão e Eva

Hoje a ideia do post é tentar esquecer um pouco o sentido fatalista destes últimos tempos que a minha pessoa tem manifestado, e rimo-nos de algumas coisas engraçadas. Então lembrei-me de um e-mail que a minha mãe me mandou um dia destes, algures pela semana passada.
O dito até me veio a calhar que nem ginjas, visto que este ano, no segundo semestre, em Direito da Família e Sucessões vamos falar de heranças e coisas que tais, e ainda este semestre vamos falar do divórcio (como podem ver, sou uma aluna bastante aplicada, e já estou a estudar matéria com imenso tempo de antecedência, para fazer um brilharete nas aulas com as minhas maravilhosas intervenções).

Ora aqui vos fica a Divisão de bens entre Adão e Eva:

Quando Deus criou Adão e Eva, disse aos dois:
- Tenho dois presentes para distribuir entre vocês: um é para fazer xixi em pé e...
Adão, ansioso, interrompeu, a gritar que nem um tolo:
- Eu! Eu! Eu! Eu quero, por favor... Senhor, por favor. Sim, iria me facilitar vida substancialmente! Por favor! Por favor!
Eva concordou e disse que essas coisas não tinham importância para ela. Então, Deus presenteou Adão, que ficou maravilhado. Gritava de alegria, corria pelo jardim do Éden fazendo xixi em todas as árvores. Correu pela praia fazendo desenhos com seu xixi na areia. Brincava de chafariz. Acendia uma fogueirinha e brincava de bombeiro...
Deus e Eva contemplavam o homem louco de felicidade, até que Eva perguntou a Deus:
- E... qual é o outro presente, Senhor?
Deus respondeu:
- Cérebro, Eva. O cérebro é seu.

E aqui está a melhor divisão de bens alguma vez feita neste planeta e arredores. Se todos os juristas se regessem por esta regra básica e extremamente simples, este mundo seria um lugar bastante mais aceitável. Tudo bem que víamos a nossa profissão remetida estritamente à lavagem de roupa suja, pelo menos nestas área específica do Direito. Mas não podem dizer que era de todo mau assistir a uma sessão de auto-masoquismo dos cônjuges (ou ex cônjuges, mais propriamente), saber quem pôs os cornos a quem com o/a melhor amigo/a, quem gastou o dinheiro do outro em compras/spa/cerveja/futebol, de quem é na realidade a paternidade dos filhos legítimos ou a existência de filhos ilegítimos, and so on, and so on. Muito melhor de que qualquer novela portuguesa ou oriunda da América Latina, e era ao vivo e a cores! Pena é que nas salas de tribunal não se possa comer nem beber... Um baldito de pipocas e uma cola vinham mesmo a calhar xD

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bolsas de estudo... só para os ricos!

Na semana passada saíram os resultados da bolsa... E juro que me apeteceu partir tudo em casa. A sério Apolinário, ide ser filhos da pu*ah ao c*railho! Põem-se sempre com tretas por causa dos cálculos e mais não sei quê, e estão sempre a mudar para pior...

Para começar, foi a palhaçada que foi com os prazos. Primeiro tínhamos mais ou menos quinze dias para mandar tudo através de uma plataforma electrónica que dava mais erros do que recebia documentos. Ou seja, tínhamos que arranjar os documentos todos nesse pouquinho tempo e enviar os ditos por uma coisa mais velha de o D. João V. Conslusão: foi andar a correr de um lado para o outro, ficar sem tempo para estudar para os recursos (porque foi nessa altura o prazo para entregar os papéis) e a coisa não ficar por aqui.

Depois acharam por bem que não era pior até abrirem um prazo suplementar e mais outro prazo e mais não sei quê, o que fez com que a coisa ainda ficasse mais confusa. Candidaturas para aqui, candidaturas para aqulá, documentos e mais documentos, e a Nightwish a correr para os serviços sociais todos os meses, porque inventam mais uma coisa nova de tempos a tempos.

O mês passado fui lá e disseram-me que o meu processo estava completo e que não eram necessários mais papéis... Agora com mais um exigência de revalidação de candidatura ou o diabo a quatro, afinal até que faltavam coisas... A sério Apolinário?! Mas qual é a ideia? É fazer as pessoas desistirem de pedir bolsa pela exaustão?! Isto não acontece em Portugal... só na Portugalândia mesmo. Assim, vou ter que andar a correr de um lado para o outro outra vez para entregar documentos a comprovar o que disse na candidatura de Julho: comprovativos que ninguém no agregado familiar tem dívidas às finanças (porque a nota de liquidação do IRS, aparentemente, serve como prova em todo o lado menos no sistema de atribuição de bolsas de estudo no ensino superior), outro comprovativo em que não temos dívidas à segurança social (como se eu fosse empresária) e, faleçam do choque, os comprovativos do dinheiro que tenho no banco.

É sobretudo sobre estes último que a comissão mais me "come". Mas afinal que m*rda é esta? Agora andam a investigar o dinheirinho que tanto me custou a guardar estes anos todos? É com 5 000 euros que tenho no banco, as poupanças dos meus pais, que já me consideram rica para pagar as despesas da universidade? Portugalândia. É com a minha mãe desempregada e com o meu pai a ganhar 800 euros por mês que vou governar a minha vida? Portugalândia. Quando o país está em crise e mandam as pessoas poupar, se elas tiverem mais uns troquinhos no banco os filhos já são penalizados nas bolsas porque já são milionários? Vamos voltar ao tempo dos nossos avós, em que o dinheiro mantinha-se bem guardadinho no colchão da cama e não haviam bancos a chular-nos. Portugalândia.

E depois vejo vacolas e c*brõezinhos com bolsas de 300, 400 e 500 euros, que ficam à espera da bolsa para irem às compras. Só que não é para comprarem comida para enfardarem, é mesmo para irem às roupas mais caras e perfumes de marca. E esses são precisamente os mais ricos a receberem bolsas mais altas, e os desgraçados que ou fazem empréstimos para as contas, ou então congelam ou até abandonam os estudos para dar a quem não precisa, e rouba o colega do lado para tem ainda mais dinheiro.

Como sempre, voltei a ter a bolsa mínima. Ao menos ainda dá para pagar a propina, mas ainda assim, é pouco. É muito pouco. Lá vou eu ter que fazer uma cada vez maior ginástica orçamental, e já não sei onde cortar mais. Lá terá que ser...

domingo, 6 de novembro de 2011

Tempinho de m*rda...!

Perdoem-me a ausência, mas entre testes, problemas com a net e mal-estares da época, só mesmo uma Wonder Woman para aguentar. E eu não sou dessas... lol!

Ora muito bem, quem é que gosta deste tempo horroroso, que quando não chove a cântaros e transforma cidades bem cimentadas em verdadeiras Venezas lusitanas, faz um frio de rachar que até faz cair os dedinhos das mãos? Eu não gosto, com toda a certeza. Porém, pessoas há que apreciam este tempinho hediondo. Até aí, tudo muito bem, que cada um tem os seus gostos e nenhum é tido ou achado como verme por ter outra opinião. Mas valham-me todas as coisinhas santas e mais alguma, o que eu não quero é ficar doente! Não gosto, não quero e não tenho tempo para isso, e pront's!

Não sei se é mesmo do frio glacial que se faz sentir pelas terrinhas onde ando, ou se é por ter o nariz entupido e acabar por dormir de boca aberta, o que eu sei é que acordei esta manhã e montes de vezes durante a noite com uma dor horrível de garganta, que se tem "espalhado" pelo meus queridos ouvidinhos e finalmente por toda a cabeça. Já tomei os comprimidos para a coisa acalmar, comi papa de chocolate bem quentinha (que mal consigo comer com as dores), todavia ainda nada me fez efeito. Para completar, mal consigo falar. Gostava eu de saber como é que me vou desenrascar amanhã na reunião do Conselho Pedagógico da Escola de Direito. Sim, porque se isto continua assim, só por mímica é que vou conseguir "dizer" alguma coisa.

AAAAAII!! Tenho dói-dói... Quero uma cura já! =(


Já agora, ainda bem que perguntam (presumo eu): o teste de Trabalho até que correu bem. Bem feitas as contas, tive pouco mais de dois dias para estudar e hora e meia para fazer o teste, mais quinze minutos de tolerância (olha a fartura...), que continha nada mais nada menos que 3 casos práticos e 1 pergunta teórica com máximo de 45 linhas... Se eu não tivesse de ter explicado a noção de contrato de trabalho mais os seus pressupostos base em todos os casos práticos e feito os dois primeiros quase a copiar um pelo outro (já que eram quase iguais e só o finzinho é que mudava), porque a docente não nos deixava remeter para os casos anteriores, teria feito aquilo numa horinha e pouco e a brilhar que nem um pirilampo altamente qualificado. Isso, ou então demorava na mesma os 90 minutos + 15 de "compensação", brilhava na mesma, mas não tinha ficado com uma quase tendinite no bracinho direito. Assim sendi, desconfio bem que o "modo pirilampo" foi à vidinha e a tendinite veio ter com a minha vidinha so porque pode. Enfim... estudante sofre.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crónicas dos Vizinhos de Belzebu, Vol.III - Terror Total

Como muitos de vocês sabem, tenho andado os últimos dias a gladiar-me no mais intrínseco significado da palavra comigo mesma e com o pouco tempo que tenho para estudar para o teste de Trabalho. Já sei, já sei, sou uma seca, e só sei falar de exames e mais não sei quê. Mas o que é que eu posso fazer? É a mais pura das verdades... E infelizmente não é só o estudo que está a dar cabo de mim: os vizinhos também estão a ajudar.

Depois de uma manhã de estudo e de uma tarde toda de aulinhas, que a Night aqui não fez "ponte", ontem cheguei a casa e a única coisa que queria fazer era comer e dormir. Ainda tentei dar uma vista de olhos a mais alguma coisa, só que não deu mesmo. Estava super cansada e acordada há demasiadas horas para conseguir o que quer que fosse de produtivo. Daí que decidi ir para a cama cedo, e assim recuperava o tempo perdido hoje de manhã. A última vez que olhei para o telemóvel eram umas onze e meia da noite, dei duas voltas à cama, e puff, até amanhã! Isso é que era bom!

Acordei a primeira vez pela meia-noite e meia, com o touro rosa a berrar a plenos pulmões, nem eu sei bem porquê. Não sei se era à porta dela, ou à minha (vulgo, à porta das vizinhas da frente, que vai quase dar ao mesmo), mas é certinho que aquele reboliço parecia à porta do meu quarto. Como tinha muita preguiça e fora dos lençóis estava um frio de rachar, deixei-me ficar na cama a tentar ouvir o que se passava. Pelo que eu percebi depois, quando ela já estava na rua a falar ao telefone com alguém (presumo que tenha sido o proprietário do apartamento da frente), que elas bebiam, fumavam, levavam rapazes lá para casa e que estava lá um completamente embriagado, e que tinha sido por isso que não tinha dado duas pu*ahs no gajo... Ela também acreditava que elas deviam fazer outras coisas, mas que não ia dizer mais nada. Ou seja, a mulher anda pegada com as raparigas da frente, ora porque batem com as portas, ora porque andam de salto alto em casa, ora porque vão fumar o seu cigarrito para a varanda, ora porque são umas galdérias, ora porque respiram. Se não me engano, foi a quarta vez este ano lectivo que armou escândalo com elas. A mim elas nunca me incomodaram, até porque o bom senso cabe em todo o lado, só que aparentemente, ao touro rosa incomodam. Tem graça até, que a mim só que incomoda o referido touro, mas pront's...

Desconfio até que a filha ou a mulher do administrador se meteram ao barulho, ou então estavam a entrar no prédio e comeram por tabela, ou então estavam a dormir a também acordaram, que eu ouvi alguém no andar de cima a barafustar com o basqueiro. E com toda a razão. Pena é que só notem o barulho dos outros, e se esqueçam do deles, especialmente quando andam de salto às tantas da madrugada em casa, ou então quando põem a tv para o prédio todo.... Entretanto, lá tentei adormecer outra vez, o que acabou por acontecer, não sei quando. Porém, o pior ainda estava para vir... Não é que lá pelas três menos qualquer coisa da manhã o berreiro recomeça?! Mas aí é que foram elas...

Acordei literalmente com um susto, tipo à filme de terror, com gritos que só faziam lembrar alguém num matadouro a dar o seu último berrinho. Pelo que eu entendi, também depois, acho que o tal "gajo bêbedo" fez qualquer coisa ao tapete de entrada do touro, só que ela tinha posto o filho de vigia (imagine-se!) e apanharam o tipo, começaram todos ao barulho e pelo que percebi, começaram todos à porrada. Creio que a coisa foi: o touro bate ou tenta bater na namorada do gajo, ele bate ou tenta bater no touro rosa, e o filho dela bate ou tenta bater no gajo e apanha também. Só sei que o meu soninho foi-se de tal maneira que me pus a pé da cama e fui verificar se a porta estava bem trancada (que de resto estava).

Toda a gente acordou, era só povo na entrada, nas escadas, e a Night dentro de casa, sem ligar as luzes ou levantar as persianas, e tentar adivinhar o que se passava. Se tivesse mais alguém em casa, tinha ponderado descer e ver a desgraça in loco, mas sozinha... a coisa não me pareceu favorável. Só sei que o miudinho disse que ia matar o gajo, e isso ainda me assustou mais, porque eu já cá moro vai fazer 3 anos, e o puto é um paz de alma, super caladinho, querido e bastante educado. Eu entendo que ele quisesse defender a mãe, mas aquela mãe... não sei não. Ainda assim, o miúdo fê-lo, e sinceramente temo retaliações. Entretanto a coisa acalmou e fui dormitando. Nem sei se a polícia chegou a vir cá. Mas que a coisa estava preta, ai isso é que estava...

E agora?! Não faço a mínima do que vá sair daqui. Só espero piamente que a coisa não acabe mal para o meu lado, que já se sabe que os estudantes são isto e aquilo, e que a coisa, mais tarde ou mais cedo, ainda nos vai calhar a nós. Esperemos que não, que o que eu desejo com todas as forças é que me deixem em paz! Mas claro... acabei por não dormir nada de jeito e de manhã estava com uma dor de cabeça que só visto. Felizmente, ainda assim consegui estudar a matéria que faltava, e amanhã é para rever, que também não tenho tempo para mais nada. Estudante sofre!