sábado, 3 de março de 2012

Só algumas pessoas são pessoas... e outras simplesmente não

Ontem li este artigo aqui, e posso dizer-vos que foi uma das notícias que mais me chocou nos últimos tempos. já que afirma que os recém-nascidos não são pessoas e podem ser mortos à nascença como se de um aborto pós-parto se tratasse. Há alguns dias, quando perguntei aos meus leitores o que gostariam de me ver dissertar, a Corina do O meu reino da noite sugeriu-me falar do aborto. Assim, vou abordar as duas questões de uma vez só.

Religiões à parte, que eu não sou tapadinha dos olhos e consigo pensar por mim mesma, sem a necessidade de ter um dignitário qualquer a dizer-me o que devo reproduzir dizer, sou contra o aborto. Podem pensar o que quiserem de mim, mas acho esse acto um homicídio. É uma vida humana que ali está, um ser dentro de uma mulher. Pode ser um argumento fraco para alguns, só que não consigo ver esta situação de outra maneira, e talvez pese a minha formação de jurista. Sei bem que uma adolescente com um filho nos braços não é uma vida idílica, não senhor. Terá que sustentar o filho, dar-lhe atenção, carinho, alimentá-lo, vesti-lo e muito mais, o que fica, na maioria dos casos, a cargo dos pais da rapariga, avós da criança. Acredito ainda que muitos pais, inclusivamente, pusessem as futuras mães fora de casa, não lhes deixando alternativa para criar a criança que dali a meses virá ao mundo.

Uma grande parte dessas crianças, não digo indesejadas, mas antes não planeadas, acaba ou no sistema de adopção ou no contentor do lixo. A primeira solução não é a mais agradável, é certo, porém essa criança, um dia que cresça, pode pensar que a mãe não a quis porque não tinha condições para a ter, ou simplesmente porque sim, mas não deixou de lhe tentar dar uma segunda chance na vida. Acima de tudo, escolheu não abortar para que ela pudesse viver. Como disse, é a minha opinião, e outros podem acordar ou discordar, nem tão pouco julgo quem quer se seja por ser a favor do aborto. Cada um sabe de si, e é juiz da sua própria causa. Falando por mim, eu não seria capaz de abortar, excepto talvez para duas das situações permitidas por lei: a violação ou o perigo eminente para a vida da mãe. Um terceiro caso é ainda legítimo, quando os bebés têm mal formações muito graves, mas mesmo se me encontrasse numa situação dessas iria pensar muito bem se queria abortar ou não. Meter os recém-nascidos na lixeira vem ao encontro do artigo referido supra, algo que eu sou totalmente contra (o qual transcrevo em parte infra).

De acordo com Alberto Giubilini e Francesca Minerva, do ponto de vista moral, matar um recém-nascido, em nada difere de praticar um aborto. Os investigadores (...) argumentam no artigo 'After-birth abortion: Why should the baby live?' ('Aborto pós-parto: Porque deve o bebé viver?') que um feto e um recém-nascido são dois seres «moralmente equivalentes», na medida em que ambos estão num estádio em que apenas têm o potencial para se tornarem pessoas. Como nenhum dos dois possui consciência, as mesmas razões que justificam o aborto sustentam o infanticídio.
Os especialistas (...) no entanto, acrescentam que «se, depois do nascimento, se detectasse alguma doença que não tivesse sido identificada durante a gestação, ou as circunstâncias económicas, sociais ou psicológicas necessárias à educação de uma criança não estivessem reunidas» as pessoas deveriam ter a opção de não ficarem obrigadas criar a criança.

E agora eu pergunto. O que c*railho é isto? Aborto pós-parto?! Para mim é homicídio puro e duro. Voltamos ao tempo de Esparta e da Alemanha Nazi, em que aqueles que não eram espécimes perfeitos da raça eram deitados pelas encostas abaixo ou enfiados nas câmaras de gás?! Qualquer dia, quando um cidadão que paga os seus impostos chegar a velho ou tiver uma doença grave, é pegar nele e tumbas! para o matadouro, já que não há circunstâncias económicas, sociais ou psicológicas necessárias reunidas para a sua manutenção ou cura. Recém-nascidos são são potencialmente pessoas, são pessoas! E que eu saiba, a moral não entra para as contas da ciências. Para mim, são esses seres rastejantes que defendes este artigo não são pessoas. Chamam-lhes cientistas e especialistas na área? Eu chamo-lhes cangalheiros.

4 comentários:

  1. Pois... essa tem a ver como alguns vêm um bébé como uma coisa e não como uma pessoa. Sabes que em algumas culturas o bébé não é referido como ele ou ela mas sim como aquilo?

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  2. Hmmmm... eu não entendi assim o artigo... eu entendi que a autora considera que aborto pós-parto é a mesma coisa que aborto in utero, entendes? Eu percebi assim mas posso estar errada.

    Quanto à tua crença, é mesmo isso: tua. Pessoalmente, sou a favor do aborto quando este não é utilizado como método contraceptivo. A partir daí, tira as tuas conclusões ;)
    Portugal não estava preparado para o aborto ser legal, para falar verdade, a lei antiga do aborto era uma das leis mais bem feitas que incluia quase todas as situações. Gravidez na adolescência? Para isso é que existe Educação Sexual... Acho que Portugal carece muito em termos de educação, só para teres noção tive um caso de uma rapariga de 19 anos sexualmente activa há 4 anos e que não sabia o que era um ginecologista ou para o que servia, e isto não é só um caso, apenas o mais extremo que encontrei! Por isso estás bem a ver...

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  3. Há gente muito passada da cabecita!

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  4. Heartless - Não, não sabia... =/

    Corina - Sim, percebi o teu ponto de vista. Entendemos de maneira diferente. Quando à educação sexual... primeiro devia começar em casa, com os pais a explicares as coisas aos filhos. Depois, as escolas também deveriam ter algum papel nisso, mas os paisinhos têm muito medo que os ensinem a ter sexo novos. Novidade para os pais: os miúdos têm sexo muito novos, e quanto menos informação, mais perigoso é. Mas teimamos em ter mentalidade tacanha todos os dias... --'

    Xs - Oh melheri, é que nem fazes ideia da quantidade de povo que bate mal da marmita...

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