terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

E porque é Carnaval... ninguém leva a mal?!

Hoje não tive aulas. Aparentemente a tolerância de ponto foi só para alguns. A ideia da minha universidade é que temos que cumprir o calendário escolar aprovado no início do ano lectivo, o que o governo diz não interessa. Não deixa de ser irónico...

Acho que esta história da supressão dos feriados está contada à maneira de alguns. Porque os portugueses têm muitos dias sem fazer nenhum e ganham muito, por isso, vamos tirar quatro feriados e aumentar o horário de trabalho. Agora são quatro feriados mais uma tolerância de ponto. Antes de tudo tenho que dizer que um feriado não é sinónimo de férias. Férias é o período em que um trabalhador tem para repor as suas forças físicas e psicológicas depois de um ano de trabalho. Os feriados são datas que, pela sua importância, são oferecidas para que o trabalhador as possa celebrar com a família ou da maneira que achar melhor. Porém, há gente que pensa que isto é tudo o mesmo. Chamam-nos calaceiros quando os países da União Europeia que têm mais feriados são o Reino Unido em primeiro lugar, e a Alemanha em segundo lugar. Irónico...

Depois vem a Santa Sé meter o bedelho, que só acabavam com dois feriados religiosos se, e só se, o Estado acabasse com dois civis. A minha pergunta é: da última vez que verifiquei, vivia num pais de direito com um estado laico... isso mudou e eu não dei por isso? A França pode não ser exemplo para ninguém, mas lá não há cá essa história de feriados religiosos, porque eles sim, são um Estado laico a sério. Nós só o somos a brincar. Se somos todos iguais, o que tem que fazer então, por exemplo, um judeu quando tem dias santos na religião dele? Mete um dia de férias ou uma dispensa porque têm que gozar os feriados dos outros... Não entendo. Acho de todo em todo... irónico.

Para terminar, temos a CP... Não, não acho irónico. Acho ridículo. Alguém me pode dizer porque razão estão eles a fazer greve desta vez? Quando reivindicavam o pagamento devido das horas extraordinárias já prestadas à empresa, tinham todo o meu apoio. Depois tomaram-lhe o gosto e começaram a faltar ao trabalho fazer greve por tudo e por nada. Lembro-me de comentar com várias pessoas que quando chegasse o final de Abril ou o início de Maio, essa história ia acabar. Pensaram que estava com problemas mentais. Ao cabo de mais de quatro meses de greve, os maquinistas da CP acharam por bem começar a cumprir os horários de trabalho. E porquê? Porque no final de Abril começam os Enterros da Gata e as Queimas das Fitas por este país fora, e os estudantes a fazer viagens extra para comparecer às festividades académicas uns dos outros, o que compreendia tráfego extra. Tenho para mim que esta última greve foi só para dizer "não temos direito ao Carnaval? Então toma lá com mais uma greve, e eu não vou trabalhar na mesma". Afinal até é irónico...

5 comentários:

  1. Concordo em parte contigo. Apenas em parte.
    Primeiro que tudo, acho que esta história de acabar com os feriados é uma autêntica aberração. Se formos olhar para os nossos amigos espanhóis, que têm um horário de trabalho algo excentrico devido à sua "hora da sesta", quase de certeza que, somando as horas todas de trabalho ao longo do ano, eles ainda trabalham menos do que num país que tenha imensos feriados. Mas isso não interessa. Porque produtividade não é sinónimo de uma elevada carga horária. Muito pelo contrário. Até porque estamos a receber menos por trabalhar mais. Cortar nos ordenados, congelar carreiras, cortar com subsídios and so on e aumentar ainda mais a carga horária dos trabalhadores é totalmente contra-producente. Se fosse antes implementada uma medida do género - os trabalhadores tem direito ao feriado MAS quem trabalhar nos feridos X e Y ganha o dobro nesse dia ou tem direito a determinada regalia, quanto é que não apostas que havia muito mais malta a querer mexer o cu para o trabalho? Nós não somos parvos. As pessoas só não querem é estar a trabalhar de borla.
    Em relação à CP, concordo com metade. Eles quiseram fazer greve a véspera do dia de Natal, e aí também ia haver grande mobilidade fora-do-comum. Não esquecer que, quando há uma greve em dias normais, a cp não sofre grande prejuízo porque em dias correntes quem viaja mais são as pessoas que têm passe, e essas pagam sempre o mês na totalidade quer viagem, quer não viagem. Agora em vésperas de Natal, há muitas deslocações de pessoas que iriam comprar um bilhete esporádico para ir ter com os familiares às terrinhas. Por isso não, não me parece que não hajam greves em Abril só por causa da mobilidade dos estudantes na época das festas universitárias...

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  2. Olha só para dizer que concordo com o comentário da menina amêndoa, nem ponho nem retiro nada!

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  3. almond-girl e Ritinha - Acho que nós temos é que trabalhar mais e falarmos menos! Então, se vivíamos acima das nossas possibilidades, agora temos que pagar os nossos luxos. Ter direitos hoje em dia está tão fora de moda... Irony, sweet irony. Quanto à teoria da paragem das greves por altura das festas académicas, é só uma suposição minha, não que foi coincidência, lá isso foi.

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  4. Deixa lá esta malta ser privatizada logo vês se fazem greve...

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  5. XL - Ai depois de privatizados a coisa vai piar fininho vai...!

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