sábado, 3 de maio de 2014

Curiosidade social livresca

Esta manhã, em passeio pela cidade, aproveitei para passar na Bertrand do burgo. A livraria tem andado com umas promoções tentadoras por estes dias, por Abril ter sido o mês do livro, e aproveitei para comprar o segundo volume da trilogia Thomas Cale de Paul Hoffman, As Quatro Últimas Coisas, que dava um bom desconto para cartão.

Enquanto estive na loja, aproveitei para dar uma vista de olhos aos livros que tinham disponíveis. E então vi, com alguma surpresa, uma reedição de Admirável Mundo Novo,de Aldous Huxley, uma das obra que, alegadamente, inspirou o filme Equilibrium (que recomendo vivamente - um dia destes venho cá falar dele ^^ ).

Nada contra, mas cada vez mais me apercebo nos golpes promocionais, em especial na indústria livreira, que é àquela que concedo mais atenção. Foi necessário duas obras terem visibilidade a nível global dos géneros de sci fi e/ou dystopia, nomeadamente as trilogias The Hunger Games e Divergent, de Suzanne Collins e Veronica Roth, respectivamente, para que estes "velhos clássicos" voltassem a ver a luz do dia. Visibilidade alcançada, não pelas obras originais, mas pelas suas adaptações cinematográficas. E com eles, veio uma avalanche de novidades dentro do género, porque é o que está a vender no momento, tal como aconteceu com os livros de magia e escolas de feitiçaria, depois do sucesso de Harry Potter de J.K. Rowling, com os livros de vampiros piegas depois de Twilight de Stephenie Meyer, com os livros de fantasia depois de ASoIaF de George R.R. Martin, e com os livros "de conteúdo duvidoso" para donas de casa desesperadas depois de 50 Shades of Grey daquela senhora que escreveu uma fan fiction sobre vampiros piegas da "obra" supra citada e que, estranhamente, alguém pensou ser uma obra literária de verdade. Perdão, sucesso das suas adaptações...

Fico contente de ver livros dos géneros literários que gosto nas prateleiras das livrarias, não me interpretem mal. Quanto mais oferta, melhor para mim, que sou uma bookaholic daquelas que fala das suas personagens favoritas como se fossem pessoas de verdade. Tal como Admirável Mundo Novo, há como um ressuscitar de obras como A História de uma Serva de Margaret Atwood, Fahrenheit 451 de Ray Bradbury ou 1984 de George Orwell, que não passa de mais um golpe comercial. Melhor para mim, reitero. Todavia, daqui a uns anos, já ninguém se vai lembrar destes livros, porque uma nova moda vai surgir, e a "pequenada" vai dar atenção à última moda, como se uma par de calças se tratasse. Mas não deixa de ser engraçado que, mediante os filmes que temos curiosidade em ver as nossas leituras, passamos de bestas a bestiais, se vê-mos os filmes lê-mos as obras de referência das massas; e depois voltamos a bestas porque estamos out. Uma pequena curiosidade social, portant's. De novo, como um par de calças.

6 comentários:

  1. Não incluiste ai LoTR... ainda bem... acho que a obra do tolkien (Lotr + The Hobbit) podem ser consideradas stand alone nos filmes não seguindo necessáriamente moda deste ou daquele genero de adaptação literária.

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  2. Dá gosto ver alguém escrever sobre livros com tamanho entusiasmo. :)
    Eu agora leio pouco (quase nada). Tenho sempre uma desculpa, mas a verdade é que me vai faltando a paciência e a vista (como já referi várias vezes não sei se aqui...), custa-me ler na cama (como eu gosto) com óculos progressivos, que distorcem um pouco a imagem e os meus de ler ao perto já perderam o prazo de validade.
    Tenho pena que quando lia num ápice tudo o que me punham à frente, não haver a disponibilidade financeira que agor, apesar da crise, torna o livro mais acessível. Li muitos livros emprestados, daquelas pessoas que os compravam para enfeitar o móvel da sala. eheheh

    Quanto aos labregos, não pretendi atingir as pessoas de outras regiões, pois tenho a consciência de que é uma "espécie" que se encontra em todo o lado. Quem sabe se Lisboa não será o habitat mais favorável à preservação dessa espécie... Ahahah

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  3. concordo plenamente! livros é do melhor :) e quanto às leggings, também não era muito adepta mas estas são realmente muito fixes e de boa qualidade, então ficam bem com uma tunica ou assim :)

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  4. Heartless - Eu não incluí LotR porque na época em que saíram os filmes, não houve uma explosão do género no que toca aos livros. Aliás, eu ainda demorei uns anos a descobrir que eram livros... --'

    JS - Eu não sou a única com este entusiasmo, há muitos bookaholics por aí, mas não nego a minha loucura por livros. Recorri e ainda recorro a bibliotecas e pessoas amigas para ler livros, e apenas compro aqueles que realmente gosto/quero ou as continuações das sagas que já tenhos os primeiros volumes, porque penso que os livros sempre foram e serão "bens" pouco acessível...

    Quanto aos labregos, eu percebi que não querias atingir as pessoas de outras regiões, apenas os "chicos-espertos", que acham que sabem tudo. Eu apenas quis dizer que, visto não conhecer outras cidades mais aí para baixo, e por isso mesmo não ia falar do que não conhecia =)

    Corina - Alguém que me entende!! Eu só te deixo usares leggings porque sei que usas túnicas por cima e não andas a mostrar as badanas do rabo!! xD

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  5. Mesmo, parece que é preciso um livro virar filme para receber toda a atenção... Por acaso detesto quando os livros viram filmes, especialmente se se trata de um livro de que gosto ou que estou a pensar em ler. Primeiro, porque os livros são re-editados e ficam com uma capa nova (o cartaz do filme, que eu acho que fica horrível xD); depois, porque os filmes nunca, mas NUNCA fazem jus ao livro; e, terceiro, porque pensam que os queremos ler única e exclusivamente por causa do filme ou porque "é moda". Já há algum tempo ando a pensar em ler o Divergent, por exemplo, que agora virou filme e ganhou uma capa foleira à custa disso...
    Quanto às modas literárias...enfim, são como qualquer outra moda: quando aparece, é a loucura; passado um pouco, começa a enjoar, porque parece que mais ninguém sabe escrever sobre outro assunto. Mas essa moda do "conteúdo duvidoso" (xD) nunca me cativou. E ando farta de ver livros do género...quer dizer, ainda estou para perceber do que se falará num livro inteiro deste género...ou melhor, como é que se arranja assunto para se escrever 200 e tal páginas de um livro desses...

    R: Muito obrigada pelo teu comentário! ^^ Não me importava nada que o lesses (se tiveres disponibilidade para isso, claro). Daqui a uns dias, contacto-te por causa disto ;)

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  6. IceQueen - Também não costumo gostar de adaptações, porque cortam e mudam aquilo que lhes apetece sem terem consideração pela obra original, o autor e os seus leitores. A questão é que isso vende, e é só o que interessa. Quando aos actuais livros de "conteúdo duvidoso"... mais valia a Harlequim... xD (nunca li, mas não duvido que até esses tenham melhor qualidade do que "isso" que por aí anda)

    Podes contactar-me quando quiseres, mas provavelmente ainda vou demorar um pouco a ler, porque só vou ter as noites para isso e 200 páginas já é "alguma coisa". Mas eu oriento-me bem!! E fico mesmo contente por poder ajudar ^^

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