sexta-feira, 13 de abril de 2012

Side project =)

Hoje não vou falar do ser sexta-feira 13, de ser o dia dos beijos, de que é quase fim-de-semana e eu vou ter que passar os meus poucos dias de descanso a estudar para variar. Não, hoje vou falar de mais uma das minhas actividades paralelas lá na Uminho: também escrevo para o jornal! Estava eu no segundo ano de licenciatura e soube que uma colega trabalhava na redacção de um dos jornais da universidade. As minhas anteninhas parabólicas começaram logo a funceminar. Jornal?! Ora, isso ficaria lindo no meu currículo! Não que aspire a tomar o jornalismo como via profissional, mas nos tempos que correm uma pessoa tem que pensar em tudo, e se surgir uma oportunidade na área, há que agarrá-la com unhas e dentes. E lá fui eu.

Nestes últimos três anos já fiz inúmeros artigos (os quais tento sempre guardar para elaborar um portefólio), já me vi a pesquisar sobre assuntos cujo tema não dominava para saber sobre o que estava a escrever, já entrevistei bandas no Enterro da Gata, et cetera, et cetera. A minha melhor conquista foi o melhoramento considerável da minha capacidade de sintetização, algo que o meu "chefinho" já deve ter reparado desde o início até agora. Eu sou péssima a sintetizar. Adoro transmitir informação, adoro contar, adoro mostrar (acho que já perceberam isso pela leitura deste blog). Posto isto, tento sempre incluir tudo e mais alguma coisa nos meus artigos, o que nem sempre é possível. Não posso dizer que o meu nível de português tenha melhorado que, modéstia à parte (e tendo em conta que humildade a mais é estupidez ou falsidade), eu não sou burra nenhuma e sei muito bem o que digo e o que escrevo. Gralhas à parte, obviamente, coisa em que também muito boa, diga-se... =P

Já tentei puxar a brasa à minha sardinha e tentei que fosse incluída uma coluna de opinião no jornal para onde escrevo, mas o "chefinho" não deixou. Pelo que entendi, já tinham apostado nessa temática, só que a coisa começou a tender muito demais para a vertente política, e não correu muito bem, como se deve imaginar. Eu assegurei-lhe que não ia pecar por aí, só que não o consegui convencer. Tenho pena, que uma coisa que me chateia assim um niquinho é saber que tenho que ser imparcial e não posso dar a minha opinião. E logo eu, que tenho uma opinião sobre tudo e mais alguma coisa e adoro teorizar e mais não sei o quê =P

Esta tarde cumpri o meu trabalhinho e fiz o meu artiguinho. O nosso trabalho consiste em, normalmente, pegar numa notícia pré-existente e reescrevê-la, resumindo-a e tornando-a um pouco à "nossa maneira". Algumas vezes fazemos entrevistas ou cobrimos deste ou aquele evento. Como estes últimos tempos tenho andado muito atarefada com os estudos, algo que me tem roubado quase todo o tempo disponível, pedi uma notícia mais light. Assim, foi-me atribuída esta aqui. Enquanto a escrevia, não parava de falar sozinha e insultar entidades incógnitas na privacidade do meu office, a.ka. quarto. A parte mais preocupante consistiu na seguinte:

Os dados disponibilizados pelas várias universidades contactadas pelo PÚBLICO confirmam esta tendência para a diminuição do número de bolseiros no ensino superior. Na Universidade do Minho, 2009/2010 foi o ano lectivo com maior número de bolseiros (5513). Os valores apurados até Março mostram apenas 4143 bolseiros naquela universidade. No ano anterior tinham sido pouco mais de cinco mil. (...) No caso da Universidade do Minho, a quebra de candidatos entre os estudantes do primeiro ano chegou aos 25%.

Para completar esta bonita situação, um estudo coordenado pela Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), o qual eu não tive qualquer conhecimento, muito menos participei, mostra que 48% dos inquiridos já passaram por dificuldades económicas. Além disso, 65% dizem temer abandonar o ensino superior por força das consequências da crise, ao passo que 58% revelam não se sentir preparados para entrar no mercado de trabalho. Entre os estudantes inquiridos, 69% não recebem bolsa de Acção Social. O mesmo inquérito mostra que a maioria dos alunos do superior (62%) considera que a formação não se ajusta às oportunidades de emprego. Além disso, 55% antecipam a possibilidade de emigrar após o final do curso superior. 

É nestas alturas que um jornalista deveria ser mais do que um pedaço de carne que nada mais faz do que ser alvo de uns valentes cacetes por parte das autoridades policiais. E das políticas também. Estes últimos não pegam num bastam e dão nos belos lombos dos jornalistas, dão antes um valente espancamento não físico na liberdade de expressão das pessoas. Ao menos no tempo da censura uma pessoa sabia porque apanhava, agora no tempo dos lobbies apanha-se na mesma, mas nem se sabe muito bem porquê. Sim Alex, eu disse (escrevi) isto.

5 comentários:

  1. Nada de opinar... não se pode, sabes bem.

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  2. Isto passou do "sem um curso superior não és nada na vida" para "Com um curso superior só prejudicas a tua vida"

    Não há dinheiro para estudar, quem o recebe a maioria das vezes nem é quem precisa mesmo dele... Isto anda muito mal parado!

    Admiro a tua força de vontade, estudar e ainda escrever para um jornal não é pêra doce!

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  3. Heartless - Eu sei, chama-se censura. Mas ainda há quem diga que isso já não existe...

    Ritinha - Eu gosto de trabalhar para o jornal, dá para quebrar a rotina e ensina-nos algo para o futuro. Mas obrigada na mesma pelo apoio =) Quanto às bolsas, é outra vez arroz: é o retorno do elitismo da época dos nossos pais e avós. Só quem tem dinheiro é que tem direito a uma educação superior. O pobre tem que se contentar ao que lhes dão...

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  4. Essa questão da sintetização, ainda não está perfeita!
    Tu escreves posts tãooooooooooooooooooo longos, mulher!!!!
    :)

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  5. Xs - Pois, eu sei... Eu falo pelos cotovelos, também escrevo pelos cotovelos xD

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