C*railhos me f*da que um dia vou à bruxa --'

Sabem o que é ter toneladas de azar a cair diariamente em cima da nossa mona? Pronto, então já ficam a ter noção de como é a minha vida praticamente dia sim, dia sim. Juro que nunca tive tantas contrariedades como este ano… Tem sido seguidinho, parece que tudo me acontece. Um percalço aqui e ali, sucede a qualquer pessoa, e é algo perfeitamente aceitável, que ninguém se iluda sobre a vida ser um mar de rosas, porque não é. Agora a vida ser o mar quase só de espinhos também não! Só me apetece dar porrada em alguém...

A onda de azar começou mesmo em Janeiro, quando deixei duas cadeiras semestrais por fazer. Sendo que este ano que passou tive apenas 6 cadeiras, metade delas anuais, a coisa não ficou muito risonha para o meu lado. Mas ainda assim consegui fazer a única que tinha do segundo ano para trás, o que não foi mau de todo. Se isso tivesse ocorrido, neste momento estava chumbadinha da vida. Para além dessas duas cadeiras acumuladas, não consegui fazer uma outra anual, que vale uns míseros 14 créditos, nada de mais, e sendo que acabei por não conseguir época especial, nem eu sei porquê, é mais uma que fica. Ou seja, para o ano que vem vou ter 11 cadeiras, e dessas 3 serão anuais. Ao todo estamos a falar de 87 créditos que eu não vou conseguir fazer todos para o ano. É humanamente improvável, senão impossível tal proeza, e no meio disso tudo, posso mesmo não ter bolsa se tiver que ficar mais um ano para acabar cadeiras, o que é quase certo a esta altura do campeonato. E sem bolsa, muito dificilmente haverá licenciatura completa. Para falar verdade, nem sei se ma vão dar este ano, que com os cortes e mais cortes que o Estado faz onde não deveria, a coisa está bem mal para aqueles que têm pouco ou mesmo nada, já que aqueles que têm muito, são sempre beneficiados, mesmo nas bolsas escolares.

Mas não ficamos por aqui, e já nem vou falar do stress e dos quase ataques do miocárdio sucessivos que não sei porque não tive no fim do ano lectivo que acabou… Estive por uma unha negra de chumbar o ano, em grande parte graças ao contributo de alguns professores negligentes, que eu não passo a nomear com medo de represálias, que uma pessoa nunca sabe quem a está a ler e eu tenho um azar do tamanho do Everest…

Para ajudar à festa, o meu Teddyzinho, a.k.a. o meu computador portátil, está numa de me por tola e passar a vida a dar problemas. Eu bem sei que ele já tem uns generosos 4 aninhos, mas lembrar-se de se armar em parvo agora que eu menos preciso que o faça, é o cúmulo. Isso e a roupa que se me aparece rasgadas e esburacada, sem eu perceber como tal coisas foi acontecer. Eu não ando por aí de x-acto na mão a cortar a minha própria roupa, que às vezes demoro séculos a juntar dinheiro para a comprar. Há quem diga que quando isso acontece é inveja grossa de alguém, mas quem é que me iria invejar?! Eu não tenho nada que seja meu, não tenho carro, não visto roupas de marca, passo a vidinha a contar os tostões e não sou nenhuma beleza fascinante. Não me acho feia nem miserável, mas maravilhosa e abastada é que não sou mesmo. Daí que não vejo a lógica da coisa… Será pelo meu foufinho? Também não me parece, ele também é pobre como eu. Mas é de facto ele, e os poucos bons amigos que tenho e que me ajudam quando mais preciso, que constituem a minha riqueza. Se é realmente por isso que me invejam, a culpa não está em mim, mas nessas mesmas pessoas. Se não têm quem goste delas, por alguma razão será...

Há dias que nem sei o que faça da minha vida… Mas a única coisa que posso mesmo fazer é lutar para chegar onde quero, com ou sem azar, que eu acredito piamente que somos nós que fazemos o nosso destino, e que os Deuses apenas nos dão linhas de orientação. O nosso caminho somos nós que percorremos, e eu não vou deixar que ninguém o faça por mim, qual Jane Eyre embebida em si mesma e nas suas capacidades, sem querer ou dever nada a ninguém. Contudo, um pouquinho de sorte vinha mesmo a calhar… mesmo mesmo!