quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Crazyness

Para comemorar o dia ranhoso de hoje, e tendo em conta a molha que alguns de vocês (e eu) irá apanhar no caminho da escola/universidade/trabalho/casa/café da esquina/hipermercado, ou que irão apanhar nos próximos tempos, vou brindar-vos com uma história típica desta época do ano.

Há uns dois ou três anos, em vez de apanhar uma valente constipação/gripe com a vinda da chuva e do frio, fui presenteada com uma acumulação astronómica de muco na garganta, mais comummente conhecido pelo termo extremamente técnico e clínico: ranhoca. Bem, é certo que é muito melhor que uma gripe de caixão à cova, que também já tive, mas não é menos incomodativo. Não se consegue falar, porque as cordas vocais estão todas untadas com a dita ranhosa, e quando sai algum som, parece que se andou a abusar do bagaço. Depois há a tosse. À noite, a respiração torna-se mais difícil, e uma noite bem dormida passa a ser mais uma memória que outra coisa. Aconselharam-me, então, a ir a uma farmácia pedir um anti-expectorante. Chegada à farmácia mais próxima e, com algum esforço, pedi aquilo que me tinham recomendado.

Nightwisha Maria: Boa tarde, quero um anti-expectorante, por favor.
Funcionária: E para que quer isso?
Nightwisha Maria: É para a ranhoca que tenho na garganta.
Funcionária: Ah, então a menina quer um expectorante, não um anti-expectorante!
Nightwisha Maria: Ou isso, seja.
Funcionária: Mas a menina pediu-me anti-expecturante, não um expectorante...
Nightwisha Maria: Sim, está bem, foi o que me disseram para pedir, mas o que eu quero mesmo é qualquer coisa que me tire a ranhoca daqui.
Funcionária: Então quer um expectorante.
Nightwisha Maria: Sim, quero um expectorante.

Entretanto a senhora foi para detrás do balcão, e começou a desenrolar um discurso sobre uma data de medicamentos que tinha para o efeito. Eu respondi que só queria uma coisa que funcionasse. A minha paciência, já de si diminuída, trambolhou-se toda pelo chão fora depois daquela primeira conversa. Eu estava toda enchouriçada por causa do frio e da chuva, sem conseguir falar ou respirar em condições, dormir era uma miragem, e sem cabeça para tolices. E então aí veio a segunda parte da conversa.

Funcionária: Quer xarope ou comprimidos?
Nightwisha Maria: Comprimidos, por favor.
Funcionária: Normalmente, os comprimidos são para maiores de 12 anos.
*silêncio*
*provavelmente, Nightwisha Maria faz uma cara de quem está prestes a cuspir a ranhoca alojada na garganta na fuça da Funcionária*
Funcionária: *com um sorriso-estado-de-sobrevivência * Se calhar, vai mesmo levar os comprimidos, não é?
Nightwisha Maria: Sim, vou levar os comprimidos.

E foi assim que, por alguma razão que desconheço, uma criatura achou que ainda não tinha passado pela puberdade. Nas noites frias e solitárias, chego a pensar que aquele comentário foi irreflexo, ou então que a senhora dava nos ácidos. Mesmo pequena e toda enchouriçada, não entendo como achou que eu já não teria idade para tomar comprimidos para, imagine-se!, a expectoração. Ou então há um dress code qualquer que eu desconheço e que incluía "roupa e sapatos de adulto". Estou mais inclinada para o consumo de substancias psicotrópicas, mas isso poderá ser da minha função cerebral que tende assim para o maquiavélico.

7 comentários:

  1. :v "Para maiores de 12 anos". Se não estivesse no meio de uma aula estava a rir às gargalhadas xD Coitada de ti =p ninguém têm a culpa de ter a altura que tem e muito menos tem de sofrer bulling por causa disso =p mas és assim tão baixa?

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  2. :o Já me aconteceu (diversas vezes, até) pensarem que tinha, sei lá, uns 15 anos...e eu, nessas alturas, já me senti mal...por isso, imagino. Torna-se insultuoso, isto. Há pessoas que não medem aquilo que dizem --'

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  3. Bem, que conversa de loucos. Fui ver a diferença entre um e outro e não encontrei nada relacionado com "anti-expectorantes", ou seja, se não existe ela devia ter percebido logo o que queria e armou-se em parva. Nem sequer faz sentido chamar-se "expectorante", quer dizer, expecturação já tens tu, queres é livrar-te dela... Mas enfim, se é assim que se chama, tudo bem. Acho que é que ela podia ter levado a conversa por outro lado, corrigindo-te na mesma. Há pessoas estranhas neste mundo.

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  4. É mesmo de uma conversa idiota que precisa uma pessoa que vai à farmácia, doente e a cair da boca aos cães.
    Aposto que ficaste logo melhor, mesmo antes de saíres da farmácia. xD

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  5. AHAHAHAHAHAHAHAH Isso é que foi bullying! Isso dá para o livro das reclamações... Não fosse um motivo para rir demasiado :P

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  6. Conversa sem nexo nenhum.Mas pensa nisso como uma parte do elogio, é melhor darem-te 12 anos do que 50 xD

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  7. Oioi. Vou ter o blogue temporariamente fora de serviço. Como não gosto de desaparecer sem dizer nada, passei por aqui. Voltarei tão brevemente quanto seja possível. :)

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