terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A grande purga

A incursão pelo mundo da Comic Con, fez despertar em mim algumas memórias bem queridas mas, ao mesmo tempo, bastante tristes. O evento foi brutal, ainda estou a recuperar as horas de sono perdidas (ainda que por uma boa causa) e a reunir todas as fotos que andam espalhadas por aí. Terei um post sobre a CCPT 2016 para vocês depois do natal, mas sinto ser importante libertar isto que vai cá dentro.

Graças a uma das bancas presentes no evento, uma catadupa de sentimentos voltou a mim. O meu kokoro parou quando vi os fios com Polly Pockets em prata da Jewels don't Shine. Desde aí, não consigo pensar nas minhas pequenas caixas de bolso, onde cabiam mundos inteiros. Os meus brinquedos. Que já não tenho.


Em criança, sempre fui muito cuidadosa com os meus brinquedos, assim como com os que eram de outros. Adorava ter guardado toda e cada uma dessas peças mágicas, mas tal desejo foi-me retirado à força. Um dia, os adultos acharam-me "demasiado crescida" para conservar brinquedos, coisas que apenas ocupavam espaço e não tinham qualquer serventia. Mas ao invés de os dar a outra criança, para a fazer feliz, os meus pais decidiram mandar cada um dos meus brinquedos para o abismo de um saco preto do lixo de 100 litros. Na minha frente. Enquanto me diziam que nunca mais ia precisar de nenhum daqueles items. A minha infância, as minhas memórias, as minhas Polly Pockets, as minhas figuras de Dragon Ball, as mobílias em plástico das lojas dos trezentos da única casinha de bonecas que pude ter, e tantas, tantas outras coisas, no contentor do lixo.

Imagens das Vintage Polly Pocket (Bluebird Toys) iguais às que eu tinha: Polly's Cafe (1989), Midge's
Flower Shop (1990) e Polly Pocket Birthday Partytime Surprise (1989).


Poucas coisas resistiram ao marco a que chamo A Grande Purga. Pequenos tesouros que, por um acaso da sorte, estavam "perdidos" num qualquer local imprevisível. Curiosamente, ou não, há pouco tempo a minha avó descobriu, num móvel da sua casa, meia perdida, uma saca com os meus Mighty Morphin Power Rangers. Um pouco confusa, chegou a pensar que eram do meu pai, mas eu, eu sabia que era a minha infância a voltar, à força, para mim. Fiquei incrédula e a arrebentar de alegria ao mesmo tempo, algo que não passou despercebido à minha avó, a qual me respondeu: "Eu ia dar isto ao teu pai e ia fazer uma grande asneira sem saber! Ainda bem que tos dei a ti caso contrário, estariam no lixo."

Não são os meus, mas são iguais. Tenho a colecção quase toda, visto que me falta o Power Ranger azul. Se se tocar no botão que têm no cinto, as cabeças mudam de "humanos normais"para os capacetes do seu fato de heróis.


Os brinquedos do meu pai, os quais ele apenas me emprestou e permanecem indiscutibilidade dele, estão sacralmente guardados.

1 comentário:

  1. eu ficava traumatizada para a vida se deitassem fora os meus brinquedos! a minha mãe chegou a dar alguns e a mandar outros para o lixo, mas os meus favoritos continuam aqui no meu quarto! adormeço todos os dias rodeada de nenucos e sempre que vou à estante da sala dou de caras com a minha coleção de barbies :p
    belos tempos! tomara que ainda se recebessem dessas coisinhas no Natal =)
    beijinhos, Noelle :) https://supergirlinconverse.blogspot.pt/

    ResponderEliminar

Sê bem vindo!! Achaste este post tão maravilhoso como a sua autora? Ou tão alucinado da mona? Sente-te à vontade para deixar o teu contributo. Responderei assim que possível. Obrigada pela visita e volta sempre =)