Eu cá não sou pessoa de me meter em politiquices, mas há muito mais do que isso envolvido na última eleição à presidência dos USA.
Bem cedinho, quando ouvi que o Senhor Trump seria o novo detentor de uns quantos códigos nucleares, pensei que tinha dormido demasiado e acordado no primeiro dia do mês de Abril de 2017, estilo Cinderella pobreta (a outra dormiu por cem anos, eu só me posso ficar por alguns meses). Mas afinal era verdade. Podemos dizer, sem grande alarido ou razão de ciência, que ganhou o descontentamento e a ignorância. Hillary não era a melhor candidata, mas era, sem dúvida, uma opção melhor que esse senhor que foi eleito chefe de estado da "terra da liberdade".
Sejamos sinceros: a América tem o presidente que escolheu. Reflectindo com um pouco de calma, a verdade é que a América tem um presidente à sua imagem e semelhança. O pai de Trump é filho de emigrantes alemães, a mãe é escocesa. Estudou num colégio militar e fez fortuna com a ajuda do pai e à custa do trabalho de gente humilde, na sua maioria, negros e hispânicos, a quem paga miseravelmente. A América foi edificada pelos emigrantes europeus, oriundos sobretudo do UK, e que dizimaram os índios que os ensinaram a trabalhar a terra para não passar fome. Depois, sem mão de obra ao dispor, os colonos brancos importaram uns quantos escravos negros para trabalhar, aquecer as camas e chicotear quando necessário.
A vitória de Trump não é apenas uma derrota de Hillary e os seus democratas. É uma derrota para o mundo inteiro, que poderá ficar comprometido, a qualquer momento, com apenas uma palavra daquele senhor. Talvez os Americanos que elegeram Trump (e que, segundo o próprio, pelo menos nos idos anos 80, são burros e acreditam em qualquer coisa), não tenham realmente a noção do que é ter um louco a governar o seu destino, cujo país pode ser descrito, poucas palavras, como sendo desprovido de História, cultura ou mitologia. A Europa, continente de "grandes snobs", ao contrário, teve duas guerras mundiais travadas no seu território, viu um vasto número de impérios erguer-se e tornar-se cinza, foi palco de bizarros espectáculos proporcionados por diversos lideres despóticos. A América, país com uns meros 240 anos, nas sábias palavras de Alejandro Jodorowsky, tem o Super Homem.
Hoje, no dia em que, há vinte e sete anos, muros foram derrubados, outros se levantam. E não são apenas muros físicos, que dividem geografias, são muros que existem dentro e por dentro da Humanidade. Muros cujos tijolos são a intolerância, o racismo, a xenofobia, a homofobia, a descriminação, o ódio, a ignorância. Posso estar enganada, e espero que, mais tarde, se perceba que sim, mas temo que a Liberdade tenha sido despedida.
ADENDA: Acabei agora de reparar numa coisa curiosa e relativamente desconcertante. Ontem foram 09 de Novembro. 9/11.
O mundo está perdido
ResponderEliminarFiquei chocada quando o Trump ganhou! Mas é verdade, a América tem agora um presidente à sua semelhança, preconceituoso e estúpido.
ResponderEliminarEu fico preocupada porque, se isto afetasse só o país deles era do tipo " os americanos que se lixem, que levem com as consequências da escolha deles". O problema é que isto vai afetar negativamente o mundo inteiro.
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
Ainda estou meio em choque, sabes? É que é uma derrota para o mundo mesmo...
ResponderEliminarEu nunca pensei que ele fosse ganhar... mas sempre achei irónico que o pessoal americano diga: fora os emigrantes, eu sou o verdadeiro americano. O verdadeiro americano são os índios e o resto são emigrantes, a América foi feita de emigrantes à procura do "novo mundo".
ResponderEliminarMemória curta, com certeza.
Beijinhos,
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P.S. - yaaaaah :D isto agora a salada de hashtags pegou moda e não queremos outra coisa :D
ResponderEliminarO pior mesmo é que podemos todos sofrer com as escolhas dos ignorantes, mas esperemos que não...
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