sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Doe vida, e seja feliz ^^

Acho que toda a gente já teve conhecimento da notícia que fala sobre a doença do filho do jogador Carlos Martins. O menino tem aplasia medular e precisa de um transplante de medula óssea. Esta doença rara causa a falência da medula óssea (órgão responsável pela produção do sangue), fazendo com que esta deixe de ser capaz de dar origem a novas células sanguíneas. O melhor tratamento é, então, o referido transplante.

Infelizmente, até ao momento e deste a minha maioridade, não posso realizar um sonho: ser doadora, tanto de sangue como de medula óssea. E porquê? Porque para se ser doador é necessário preencher-se determinados requisitos: ter entre 18 e 45 anos, não ser portador de nenhuma doença crónica ou autoimune, não receber uma transfusão de sangue desde 1980 e ter mais de 50 kg. Ora é precisamente neste último que eu falho. Sei bem que a sinusite e a rinite alérgica são doenças crónicas, e que tenho ambas, mas hoje em dia quem é que não tem pelo menos uma delas? Creio que só relevam se forem aquelas doenças mais graves e, que tenha conhecimento, não padeço de nenhuma. Só que falho miseravelmente no critério do peso.

Não, não é preciso assustarem-se, que não há nada de errado com a minha balança ou com a minha saúde. Por acaso até estou dentro dos limites do peso ideal, visto ter apenas 1,53 m (eu sei, sou quase uma pigmeia xD). Também sei que ter mais um quilito ou outro não me ia fazer mal algum, e já cheguei a pesar uns fantásticos 49 kg, só que por mais que tente, não consigo aumentar de peso. De qualquer maneira, não foi isso que me trouxe aqui hoje.

A questão é muito simples: há pessoas neste mundo que precisam da nossa ajuda, sejam elas quem forem, e não nos custa nada dar umas gotinhas do nosso sangue para salvar uma ou várias vidas. Podem ter a certeza que se pudesse, tinha-me inscrito para doadora de sangue e de medula óssea quando completei 18 anos, porém, por ora isso é-me impossível, e é algo que me frustra imenso. Não sei como ainda há pessoas neste terceiro calhau a contar do sol que se recusam a ajudar, todavia talvez isso seja um assunto que me está vedado à percepção. Ainda assim, este caso fez-me reflectir não só quanto à inveja, ignorância e egoísmo humanos, mas também sobre duas considerações relevantes:

1. É neste momento que nos apercebemos que o dinheiro que temos não serve para rigorosamente nada nesta vida, quando não se tem saúde e que, esse mesmo dinheiro, ainda que todo o que possa existir à face do planeta, nunca poderia comprar mais uma horinha que fosse de vida. Daí que não entendo a razão de tanta estupidez e maldade no mundo.

2. É preciso ser um filho de um jogador de futebol ter uma doenças destas para se multiplicarem e remultipilicarem as ajudas. Hoje no jornal da hora de almoço disseram que, em contraste com as cerca de 10 pessoas que entram no Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea em Lisboa todos os dias, ontem aparecerem (acho) 260 pessoas para darem o nome para as listas nacionais de dadores de medula óssea. O que me leva a concluir que vivo num país de gente pequenina, bem mais pequenina que os meus enormes 1,53m. Espero de todo o coração que o Gustavo se salve, mas tal como ele, também desejo de todo o mesmo coração que todas as restantes crianças e adultos do mundo consigam encontrar um doador compatível para também eles se salvarem. Se fosse o Zé ou a Maria da rua ao lado, ninguém queria saber, mas como é um filho de alguém conhecido, já toda a gente ajuda, e isso é que é a verdadeira miséria humana: não a doença do menino, que já por si só deve estar a causar um grande estrago e dor na vida da sua família, mas a imbecilidade que afectou a raça humana e que esta sim, é uma verdadeira doença sem cura.

Como já disse, espero que o Gustavo se cure. Não deve haver maior agonia para um pai ou uma mãe ver o seu filho definhar. Tanto seja ele filho de um jogador de futebol, como de um operário fabril. E sempre que puderem, não hesitem: ajudem. Podem estar a salvar uma vida. Ou mais que uma.

6 comentários:

  1. Eu já estou inscrita há muitos anos!
    Se puder ajudar, é só ligarem-me!
    Esperemos que tudo corra bem!

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  2. Sabes como é... apenas "merecem" os conhecidos... os outros são pobres.

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  3. Anónimo - Não faço a mínima quem sejas, mas obrigado pelo coment =)

    Xs - Também eu queria ajudar, mas não me deixam... Também espero que corra tudo bem.

    Heartless - Isso é o que me revolta. Não são só os ricos ou os "famosos" que têm direito à saúde e às ajuda... ou pelo menos, os restante também deveriam ter.

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  4. Eu já sou doadora :) houve uma colheita no meu 1º ano de enfermagem no nosso laboratorio de praticas para toda a universidade e lá fui eu, nao custa nada ^^

    quanto aos 50kg, não concordo mt com esse requisito, acho que deveria ser IMC, mas isto sou eu.

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  5. Corina - Também acho que o critério de IMC era mais lógico... Mas tem que ser. Temos que obedecer aos senhores que mandam...

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